O termo ‘sombra’ é usado no futebol quando um atleta, inicialmente contratado para compôr elenco, incomoda a titularidade de um companheiro. Pedro poderia ser esta pedra no sapato de Gabigol, mas a relação entre os atacantes do Flamengo é de bom humor. Concorrência? Longe disso. Na verdade, se tornaram uma nova opção tática para Jorge Jesus podendo atuar juntos.
A brincadeira sobre Pedro ser a sombra de Gabigol começou quando o camisa 9 foi reapresentado no Ninho do Urubu. Questionado, respondeu que o problema desta disputa pela titularidade seria para os adversários e não para o Flamengo.
— Sombra? Sombra nada. Sombra é para os adversários. Quem vai ter que correr atrás agora são os outros (risos). Foram contratações maravilhosas. Já tive oportunidade de jogar contra o Pedro, sempre gostei do futebol dele. O problema agora é dos adversários — brincou Gabigol.
Mas bastou Pedro estrear para a impressão deixada criar pontos a serem debatidos: o ex-atacante da Fiorentina mostrou condições de buscar a titularidade e que é possível conciliar dois centroavantes atuando juntos. Foi assim na vitória do Flamengo por 3 a 1 contra o Resende, na Taça Guanabra, onde a dupla somou dois gols e uma assistência.
Pedro e Gabigol juntos no Flamengo:
- Jogos: 1
- Gols: 2
- Assistência: 1
- Minutos jogados: 27
— Há jogos que pode acontecer. Cada jogo tem a sua história. As estratégias para cada jogo são diferenciadas. Hoje era preciso ter mais jogadores na área. Acreditávamos que o Pedro ia ter mais poder na área — explicou Jorge Jesus.
Os comentários do treinador tem explicação. Jesus enxerga características distintas entre os atacantes e sempre pediu à diretoria por alguém que fosse uma referência dentro da área.
Individualmente, Pedro é mais físico na disputa com os zagueiros e sabe fazer a função de pivô com mais qualidade. No Benfica, de Portugal, Jonas era utilizado nesta função e foi artilheiro. É o que Jorge Jesus espera refazer com o centroavante. Outro ponto é a bola aérea, onde tem maior estatura e pode levar mais perigo.
Já Gabigol segue sendo a principal referência ofensiva da equipe, mas já mostrou que pode atuar como segundo atacante — atrás de Pedro — ou mais aberto. Mesmo que Pedro seja titular, dificilmente o artilheiro rubro-negro da temporada passada deixaria a equipe.
A tendência é que essa mudança tática siga sendo utilizada ao longo do ano, já que opções não faltam para Jorge Jesus.
Retirado de: O Globo