A declaração de Jorge Jesus após a vitória do Flamengo sobre o Barcelona de Guayaquil na Libertadores não caiu bem no Fluminense. O técnico português defendeu que seu clube, que é parceiro do Tricolor na gestão do Maracanã, utilize sozinho o estádio, que tem o gramado prejudicado pelo excesso de partidas. O presidente Mario Bittencourt o rebateu.
“[Vejo] Como lamentáveis. Primeiro porque ele chegou no Brasil na semana passada. E talvez não tenha estudado a história do Fluminense e a do Fla-Flu, a história da parceria dos dois clubes. Costumo dizer que, quando o time está ganhando, todo mundo acha engraçado o que se diz. Acho que se o time dele estivesse perdendo ele estaria mais preocupado em dizer outras coisas. Lamento e não é só pelas coisas que foram ditas em relação ao Fluminense não. É Vasco, Botafogo… Os clubes não se formaram sem a participação dos outros”, declarou Mario Bittencourt.
O incômodo acabou gerando um recado. Na opinião de Mario, os estrangeiros estão sendo superestimados no futebol brasileiro, e chamou de “modinha” a onda de apoio aos “gringos” nas redes sociais.
“Quando o time está ganhando, tudo que se fala é bonito. É um recado também. Nem tudo que vem de fora é melhor só por ser estrangeiro. Tem essa modinha nas redes sociais hoje. Quero destacar que é uma resposta a pessoa, não ao Flamengo, que é nosso parceiro e tenho ótima relação. As pessoas passam, as instituições ficam. Está passando do limite essa questão de menosprezar os outros clubes que formaram a história do nosso futebol”, opinou.
Bittencourt deixou claro que seu desabafo não é contra o Flamengo, mas sim contra Jorge Jesus. E pediu limites às declarações do treinador, lembrando que o Santos de Pelé, por exemplo, disputava partidas importantes no Maracanã.
“Queria entender por qual motivo só o Flamengo pode jogar no Maracanã. Acho que devia ser dito a ele que o Santos do Pelé foi campeão mundial no Maracanã. Ele optava por jogar no Maracanã. E foi campeão em cima do Benfica. E tudo o que estou falando é em relação ao profissional, e não à instituição. As pessoas passam e a instituição fica. Mas acho que está passando dos limites essa questão de menosprezar os outros clubes que ajudaram a formar o futebol brasileiro. E não é um treinador que vem de fora do Brasil que vai dizer como o Maracanã deve ser utilizado e sobre as regras do futebol brasileiro. Tem que ter um pouco de limite as coisas que ele fala”, declarou.
Créditos do texto: Caio Blois/UOL