Em entrevista ao canal Fox Sports, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, disse, sobre pedida de Jorge Jesus na negociação de renovação do contrato: “Para mim e para os flamenguistas, Jorge Jesus é quase um Messi dos treinadores. É óbvio que, se a gente está discutindo, foi além da capacidade do Flamengo”.
Realmente evidente. Não pedisse o português mais do que o clube pode, em tese, desembolsar, o acordo já teria acontecido. Jesus propôs o equivalente a um reajuste entre 50% e 55% dos seus vencimentos. Fora as premiações por títulos – ele já ganhou cinco troféus em menos de oito meses.
O contrato terminará em 20 de junho. Nas conversas com os dirigentes rubro-negros, Bruno Macedo, agente do treinador, naturalmente usa como parâmetro o que ele poderia embolsar trabalhando em um dos grandes clubes de Portugal. Ou seja, que determinadas cifras Jesus obteria sem se afastar de casa.
Aí existe um obstáculo: o Euro, nesta sexta-feira cotado a R$ 5,65, que funciona como indexador nessas negociações. O clube espera estabelecer um teto e um piso, para que, se a moeda europeia disparar (ainda mais) ou despencar, nenhum dos lados saia perdendo ou veja a remuneração se transformar em algo inviável.
Com a paralisação do futebol, Jorge Jesus ficou sem um bom trunfo. O seu compromisso com o Flamengo se encerraria quase simultaneamente ao fim da temporada europeia, que devido à pandemia de coronavírus, obviamente não acabará neste momento. Com isso, não coincidirão o fim do contrato e o aquecimento do mercado.
A favor do Flamengo, as maiores perspectivas de títulos em relação aos grandes portugueses, com possibilidades meramente teóricas de conquistas internacionais na Europa, ao contrário dos rubro-negros na América do Sul. As negociações deverão demorar mais e, na visão dos dirigentes do clube, a chance de um acordo é boa.
Retirado de: Blog do Mauro Cezar Pereira