A Conmebol faturou mais de US$ 300 milhões (R$ 1,58 bilhão) somente com a Libertadores em 2019. Os números financeiros da entidade foram apresentados nesta quinta (2) às dez associações filiadas, incluindo a CBF, em Congresso que aprovou as contas e que foi feito por videoconferência, devido à pandemia do novo coronavírus. A reunião contou com a participação do presidente da Fifa, Gianni Infantino.
A receita com o principal torneio de clubes do continente aumentou quase 90% principalmente por causa dos novos contratos de direitos de transmissão e comerciais. Em 2018, a Conmebol faturou US$ 159,5 milhões (R$ 838 milhões) com a Libertadores, enquanto em 2019 entrou no caixa da entidade US$ 300,2 milhões. A entidade gastou US$ 184,3 milhões (R$ 970 milhões) para organizar a competição, incluindo as premiações que foram pagas aos clubes durante todo o torneio e a operação da final em jogo único no Peru.
Houve negociação em separado dos direitos de transmissão, por plataforma: TV aberta, fechada e internet. Pela primeira vez, por exemplo, houve transmissões exclusivas via streaming, com o Facebook às quintas-feiras. A parceria com a rede social foi comemorada durante a reunião pelo presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Dominguez, pelo alcance que deu a jogos da competição para países fora das Américas e até da Europa.
Outro fator que garantiu o aumento considerável da receita foi a final única, apesar de todos os problemas de mudança de sede de Santiago para Lima devido ao caos social na capital do Chile. Patrocinadores aumentaram suas cotas para a decisão em só uma partida por causa das ativações que puderam fazer durante a semana que antecedeu a partida.
O Flamengo foi o campeão da Libertadores ao vencer de virada o River Plate, da Argentina, por 2 a 1 no estádio Monumental de Lima, dia 23 de novembro. O fato de dois times dos mais tradicionais do continente estarem em campo ajudou a aumentar o faturamento nas semanas que antecederam a decisão com mais investimento de parceiros comerciais.
O aumento de faturamento com a Copa Sul-Americana, segundo torneio de clubes em importância no continente, foi mais modesto, de 15%: passou de US$ 40,8 milhões (R$ 210 milhões) em 2018 para US$ 46,4 milhões (R$ 242,4 milhões) em 2019. O preço da venda dos direitos comerciais e de transmissão dessa competição foi até certo ponto decepcionante, na avaliação interna da confederação. Para o Brasil, por exemplo, somente a DAZN, plataforma exclusiva de esportes via streaming, obteve os direitos de transmissão. Não houve acordos com TVs abertas, como a Globo, tradicional parceira.
A Conmebol anunciou um total de US$ 509 milhões (US$ 2,68 bilhões) de receita em 2019, recorde da entidade e a maior parte oriunda das competições que organizou. O superávit obtido foi de US$ 28,1 milhões (R$ 147,5 milhões), após descontado as despesas, imposto de renda e depreciações. O balanço foi aprovado pelas associações filiadas.
Retirado de: Blog do Marcel Rizzo