O fim precoce do relacionamento entre o Banco BS2 e o Flamengo já vinha sendo discutido há meses, mas as partes só formalizaram o fim do casamento ontem (28 de maio).
Ao que tudo indica, o litígio entre as partes não terá capítulos nos tribunais, visto que a instituição financeira pagará a multa rescisória de R$ 2 milhões para encerrar em 30 de junho um trato que iria até o final de dezembro.
O contrato já previa este cenário e o término antecipado deve-se à pandemia da Covid-19, mas também muito por conta da sombra da gigante Amazon, favoritíssima para ocupar o espaço mais nobre do uniforme do Flamengo. Os valores negociados batem perto da casa dos R$ 40 milhões.
Antes do início da crise, o BS2 já havia sido informado das negociações e sinalizou que não haveria possibilidade de cobrir a oferta. Uma cláusula ainda permitia que a marca permanecesse mais dois meses nas camisas, mesmo em caso de acordo com a empresa do ramo de streaming. Para isso, a ainda parceira teria de pagar um valor, hipótese descartada.
Os executivos do banco apontam “decisão estratégica” para a retirada, mas o cenário mundial e o iminente acerto foram convenientes para o rompimento. Sem ter como competir, a saída mais razoável foi pela lógica da economia.
A falta de jogos influenciou na decisão, é claro, mas é no campo do conteúdo das plataformas digitais que a Amazon surge forte na briga. Com as atenções voltadas cada vez mais para as redes, o Fla entende ter números sedutores para uma multinacional que pretende entrar com força no mercado brasileiro e é uma das maiores empresas do ramo de produção digital.
Antes da paralisação geral, rubro-negros e norte-americanos chegaram a ficar a um passo da fase de troca de documentos para a formalização. As conversas desaceleraram um pouco, mas não foram interrompidas em momento nenhum. O tema é tocado pela cúpula do clube, que entende que o final feliz virá em breve.
Houve até uma ideia de que o BS2 figurasse nas mangas da camisa, mas está hipótese não prosperou. Com quase nenhuma entrada nos cofres do clube, o provável acerto aliviaria o caixa. De acordo com o orçamento desenhado no início do ano, o clube faturaria R$ 108,7 milhões com patrocínios, publicidade e royalties. Dada a pandemia, esse número será reajustado para baixo.
Retirado de: UOL