A Microsoft já tem parcerias com a NFL e a NBA com a missão de criar um serviço de streaming que maximize a experiência dos fãs de futebol americano e basquete, respectivamente, com a inclusão de ferramentas que utilizam inteligência artificial. A Amazon Web Service – AWS, um dos “braços” da Amazon – já oferece conteúdos personalizados e estatísticas em tempo real a quem acompanha a Bundesliga, a primeira divisão do futebol alemão. A Libertadores no Facebook. WSL no DAZN.
São vários os movimentos que apontam para o conversão digital das transmissões de eventos esportivos e, neste cenário, o acordo entre Flamengo e Amazon será mais um passo do clube nesse processo.
Especialista em marketing, Bruno Maia analisou o potencial do iminente acordo entre as partes, o qual deve ser oficializado ao fim de junho.
— O patrocínio, por si só, é representativo. É uma camisa que tem muito jogos importantes, com uma torcida grande, então faz sentido para uma marca que está se estabelecendo no Brasil. Mas estamos falando de uma empresa de dados, que é o maior case de experiência focada em customer experiencia, voltada para entender o consumidor, e sabe fazer isso. O Flamengo é uma marca com uma torcida grande e potencial muito grande para ser explorada nesse sentido: gerar dados e vendas em dezenas de frentes. A priori, a informação é que se trata apenas de um patrocínio. E pode ser só isso. São negociações paralelas, mas nos permite pensar que uma gigante da tecnologia com um clube de futebol gere isso.
— A Amazon começou a montar a operação no Brasil há menos de dois anos, é uma marca em expansão. A parceria já seria bastante razoável por isso, mas o que estamos falando é da Amazon como uma plataforma de gestão de dados, de conexão para estimular e potencializar vendas nos canais digitais de todas naturezas.
A mudança das transmissões esportivas para o streaming já é uma realidade avaliada dentro do Flamengo na gestão do presidente Rodolfo Landim, que enxerga a produção de conteúdo uma das fontes de receitas promissoras no médio-longo prazo – e por isso tem investido nos canais oficiais do Fla.
Para Bruno, este é um dos frutos que a parceria com a Amazon pode vir a ser colhido pelo Flamengo ao longo do anos. O executivo ainda dá o exemplo do Athletico, clube mais avançado nesta questão e que transmitirá 14 partidas do Brasileiro em sua plataforma própria de streaming, a ‘Furacão Play”.
— Evidentemente, com a evolução das plataformas digitais, o jogo das distribuições de direitos mudando para a próxima janela, pode ser que Flamengo e Amazon desenvolvam uma parceria, uma plataforma de conteúdo próprio que permita ao Flamengo transmitir jogos. Como, por exemplo, o Athletico já está fazendo. É um caminho que pode servir de referência para o que Flamengo e Amazon possam construir. Ter a FlaTV dentro da plataforma da Amazon Prime, com conteúdos exclusivos, você pode vender um canal de assinatura extra, onde você paga a mais para assistir um conteúdo premium produzido pela Amazon ou pelo próprio Flamengo. Tudo isso é possível com uma máquina de venda e de conhecimento do comportamento do usuário que é a Amazon. Tudo isso é o potencial que a parceria nos faz pensar – comentou.
Na última semana, o Flamengo anunciou que o contrato com o Banco BS2 será encerrado com seis meses de antecedência, em 30 de junho, o que deixará o espaço mais nobre do uniforme rubro-negro livre para a chegada de um novo patrocinador master. A direção da Gávea não confirma o acerto com a Amazon, mas as negociações – que começaram ainda em 2019 – estão encaminhadas.
Retirado de: Lance