O primeiro jogo de futebol profissional no Brasil após praticamente três meses de paralisação em um cenário de muitos casos de COVID-19 e mortes causou espanto na Argentina. Principal publicação esportiva do país, o diário “Olé” analisou Bangu x Flamengo pelo Campeonato Carioca sob dois prismas. Por um lado, disse que o “futebol voltou ao lado dos mortos”. Por outro, disse que atuação rubro-negra “causa medo em Boca e River”, rivais na Copa Libertadores.
As reportagens foram publicadas nesta sexta-feira (19), inclusive na versão online do “Olé”. O periódico cita que o Brasil é ao lado do Peru o país da América Latina com mais problemas causados pelo novo coronavírus.
“O panorama foi distinto daquele que nos acostumamos a ver no país do futebol, sempre tão alegre como são os brasileiros: um Maracanã gigante e vazio, como medidas de segurança que se fizeram cumprir até mesmo do lado de fora”, consta no texto.
A reportagem lembra que do lado de fora do Maracanã foram montadas tendas para ajudar a realizar testes para COVID-19 e atender pacientes. “Foi justamente na noite que o futebol voltou ao estádio que se registraram duas mortes ao lado”.
O “Olé” registrou que o Flamengo teve de celebrar o triunfo por 3 a 0 no mesmo dia em que o Rio registrou quase 8.500 mortes pelo novo coronavírus, enquanto o Brasil registra quase 1 milhão de casos e quase 48 mil mortes.
“No começo do encontro os jogadores respeitaram um minuto de silêncio em respeito aos que perderam parentes ou amigos”, consta na notícia. “[Dentro de campo,] O protocolo foi respeitado e todos os gols foram celebrados com choques de punho, sem abraços ou outros contatos. Assim o Mengão foi para a semifinal da Copa Rio”.
Boca e River com medo?
No outro texto desta sexta-feira, o diário “Olé” diz que a atuação do Flamengo depois de 94 dias sem jogar foi coerente com o que se espera do time de Jorge Jesus. Chamou até de exibição de gala. Ao tratar desse tema, na verdade, levantou a bola para mostrar como equipes como Boca Juniors e River Plate se preocupam.
O temor aqui é com a desigualdade de condições físicas, atléticas e no entrosamento dos times quando a Copa Libertadores for retomada. Cada país tem adotado um critério diferente.
O texto cita como exemplo a bronca da diretoria e da comissão técnica do Boca Juniors com o Libertad, que já voltou aos treinos no Paraguai. Os dois clubes estão no Grupo H da Libertadores.
Apesar de estar numa chave diferente, o técnico Marcelo Gallardo, do River, está preocupado também. O “Olé” cita que dos 11 titulares do Flamengo contra o Bangu, dez estavam em campo na final da última Libertadores entre os clubes.
Por fim, a publicação diz que a Conmebol vem preparando um rigoroso protocolo de saúde e já tem uma ideia inicial de retomar as competições continentais em setembro.
Retirado de: ESPN