O Conselho da FIFA aprovou nesta quinta (25), por unanimidade, o Plano de Assistência que disponibilizará até US$ 1,5 bilhão em socorro a comunidade do futebol que passa por dificuldades em função da pandemia do coronavírus. O projeto foi elaborado pela entidade em parceria com as confederações.
Importante, para receber o recurso serão exigidos mecanismos de transparência e governança. O projeto foi definido em três estágios.
Nas duas primeiras etapas do plano, a FIFA prevê a liberação imediata de todos os pagamentos de custos operacionais a prazo para as associações membros e, posteriormente, a oportunidade de transformar os subsídios de desenvolvimento a prazo em fundos de alívio operacional COVID-19 – com um mínimo de 50 % dos fundos liberados para alocação no futebol feminino.
Na terceira fase, aprovada pelo Conselho nesta quinta (24), será fornecido mais apoio financeiro por meio de um sistema de doações e empréstimos.
O site da entidade explica:
- Subsídios: um subsídio de solidariedade universal de US $ 1 milhão será disponibilizado a todas as associações membros e um subsídio adicional de US $ 500.000 será alocado especificamente para o futebol feminino. Além disso, cada confederação receberá uma doação de US $ 2 milhões.
- Empréstimos: as associações membros poderão solicitar empréstimos sem juros no valor de até 35% de suas receitas anuais auditadas. Por uma questão de solidariedade, um empréstimo mínimo de US $ 500.000 estará disponível e um máximo de US $ 5 milhões. Além disso, cada confederação terá acesso a um empréstimo de até US $ 4 milhões.
Agora, algo fundamental.
Para garantir resultados efetivos do plano, haverá um rigoroso sobre a destinação do dinheiro. A entidade cobrará auditoria e regras claras de pagamentos de empréstimos, além de transparência na gestão do dinheiro, A FIFA também criará um comitê para supervisionar e administrar o Plano de Assistência. Olli Rehn, vice-presidente de Governança da FIFA, foi nomeado o líder desse comitê.
Ou seja, libera recurso, mas cobra uma contraprestação. Parece algo simples e básico. Mas não é o que se costuma ver nas relações do futebol brasileiro.
É só dar uma olhada no PL 1013, que está sendo analisado pelo Congresso. Ele dá um longo período de carência para os clubes pagarem as parcelas do Profut, em função da crise provocada pela pandemia.
Até aí, tudo bem. O problema é que não há contraprestação. Pelo contrário, durante o período regras de transparência são afrouxadas. Ou seja, um verniz de socorro que só alimenta velhas e nocivas práticas de gestão no esporte. A FIFA, a ponta da cadeia do sistema federativo, o detentora dos rumos do futebol mostrou o caminho.
Retirado de: Lei em campo/UOL