O silêncio de Jorge Jesus mesmo depois de conquistar seu quinto título pelo Flamengo inaugurou a real fase de reflexão do treinador sobre seu futuro. Que tanto pode durar pouco, como pode chegar a um mês. Com cinco dias de recesso pela frente, o Mister aparentemente desistiu de ir a Portugal, e se reapresenta no Ninho do Urubu na próxima terça-feira.
O que ainda não significa que a permanência está definida. Mas foi essa a sensação da maioria das pessoas do Flamengo no Maracanã. A estratégia dos dirigentes foi abordar os membros da comissão técnica de Jesus, e nenhum deles tem qualquer informação de desfecho com o Benfica.
A proposta dos encarnados portugueses está em análise prevê o início dos trabalhos de pré-temporada apenas em 15 de agosto, com o retorno dos jogos em setembro, mês em que o Flamengo tem marcada a volta da Libertadores. São 30 dias pela frente para Jorge Jesus bater o martelo e comunicar aos dois lados, o que ainda não aconteceu.
Os sinais depois do jogo com o Fluminense não foram claros e mantiveram o enigma Jesus sem ser decifrado. Mas houve uma sensação de homenagem dos jogadores do Flamengo ao seu comandante. Não se sabe se de agradecimento pelo fico ou de despedida.
Antes de a bola rolar, os atletas já indicavam que jogariam também por Jesus. Depois do título, ainda houve um abraço carinhoso de Gabigol com palavras ao pé do ouvido, a música da torcida cantada pelo elenco, e um Mister ainda aéreo ao fim da partida, observando o Maracanã, calado.
No vestiário, o silêncio persistiu. O técnico não falou que ficaria aos dirigentes do Flamengo, que também não o questionaram. Preferem apostar no contrato assinado e no compromisso firmado com todos no clube de mais uma temporada de conquistas. A euforia por mais um título logo deu lugar a uma apreensão sem data marcada para terminar.
Para quem convive com Jesus no dia a dia do Ninho do Urubu, a sensação é que nem ele sabe ainda a decisão que vai tomar. O vice de futebol Marcos Braz deixou uma mensagem no fim do jogo para tirar o foco da indefinição: “Calma, vida que segue”, disse. Antes da final, o treinador teve conversas informais com pessoas mais chegadas, do clube e de fora, e deu a impressão que optará por permanecer no Brasil. Em Portugal, o sentimento é parecido.
Retirado de: Extra