A Conmebol definiu nesta quarta-feira (26) os locais de todas as partidas da Libertadores, que será retomada na terceira rodada da fase de grupos no dia 15 de setembro. Todos os clubes jogarão em seus países, com portões fechados. E a pergunta que ficou no ar foi: como haverá jogos na Argentina, por exemplo, país que mantém duras restrições por causa da Covid-19 e está com o campeonato local parado?
A Conmebol definiu um protocolo único para os dez países filiados que precisou do ok governamental de cada um deles. O teor principal: dar anuência à entrada das delegações dos times participantes, mesmo se houver restrição nas fronteiras. Todos assinaram, mas com algumas regras a serem seguidas, independentemente do grau de quarentena imposta a cada país neste momento:
- Cada delegação só poderá permanecer no país visitado por 72 horas. Ou seja, viajar um dia antes, jogar e ir embora no seguinte.
- Toda a delegação, incluindo jogadores, comissão técnica e diretoria, deve ficar confinada no hotel. A saída só é permitida para treinar (o que nem deve acontecer pelo tempo máximo de permanência autorizado) e jogar. Haverá punição ao profissional e ao clube se houver descumprimento dessa regra.
- Todos os times viajarão de voos fretados. A Conmebol pagará por esses charters, apenas para os times visitantes, claro, em valores que vão variar de US$ 15 mil (R$ 84 mil) a US$ 70 mil (R$ 392 mil), dependendo da distância.
- É uma recomendação, não uma exigência, mas a Conmebol conversou com membros dos governos dos dez países para facilitarem isso, se possível: que as delegações usem bases aéreas para chegar e sair dos países, evitando assim uso de saguões com outros passageiros. O aeroporto do Galeão foi até usado como exemplo por ter uma base aérea próxima aos terminais.
- Os times visitantes têm que enviar à Conmebol os exames PCR de todos os membros da delegação até 24 horas antes da viagem. Qualquer profissional positivado será proibido de embarcar. O time local tem que mandar o exame até 24h antes da partida, mas 12h antes do confronto todos os que participarão serão submetidos a novos testes, sorológicos, com resultado imediato. Caso positivo é afastado e também não pode ir ao estádio.
Argentinos e uruguaios foram mais exigentes para assinar a aprovação do protocolo e fizeram isso no último dia, terça-feira (25). A Conmebol havia estipulado esta data para que os clubes enviassem os estádios onde jogariam na retomada da Libertadores, com a permissão de ser em outro país. O Peñarol, por exemplo, colocou o Beira-Rio, em Porto Alegre, como opção caso o governo uruguaio não aprovasse o protocolo da confederação.
Nas reuniões dirigentes demonstraram preocupação com jogos no Brasil e no Peru, países que ainda estão com muitos casos diários registrados. O governo peruano até proibiu o Binacional de jogar em sua cidade, Juliaca, a quase 4 mil metros de altitude, para facilitar o deslocamento dos adversários, LDU e River Plate. Os confrontos serão na capital Lima.
Retirado de: Marcel Rizzo/UOL