O trabalho de Domènec Torrent chegou sob algumas contestações por conta das mudanças que o treinador catalão implementou no Flamengo após o sucesso com Jorge Jesus. Uma das mais recorrentes é por seu rodízio no elenco.
Para Paulo César Carpegiani, em entrevista ao portal ‘ESPN’, o que Dome faz é totalmente contrário aos seus pensamentos e apontou para o fato de torcedor não saber a escalação de seu time.
“Fico meio irritado, até, com poupar jogador. Se você perguntar a um jogador, o que ele gosta é de jogar, em detrimento do treinamento. Ele não gosta de treinar. Se perguntar, o jogador sempre vai ter essa preferência. O próprio Jorge Jesus provou isso, ao longo do tempo. Ele criou um time que a torcida sabe de cor e salteado. Hoje, você não sabe o Flamengo qual é o seu time”, disse.
“Todos os jogos do Campeonato Brasileiro são importantes. Se joga com o time que está em último o mesmo ponto que em um clássico. Só vai trocar quando o jogador tiver um problema, para você manter a sua equipe. Você vê o futebol europeu, você sabe de cor e salteado a equipe do Bayern de Munique, que é a grande equipe do mundo. Como treinador, vou escalar sempre o que eu tenho de melhor. Porque não sei se daqui uma semana vou estar fora”, completou.
Analisando o trabalho do catalão, o ex-jogador e treinador rubro-negro ainda lembrou das dificuldades que o time passou nos primeiros jogos pelas mudanças que o novo comandante fez e disse que sua sorte foi a torcida não estar presente nos estádios. “Teve um pouco de dificuldade, talvez, até pela falta de experiência. Isso lhe causou enormes dificuldades. Deu sorte por um fator: a falta de torcidas nos estádios. Porque ele teria sérias dificuldades por todo aquele início de colocar todas as suas ideias de cara. Voltou atrás, hoje apresenta um futebol forte, competitivo, mas não comparado à outrora”, avaliou.
Carpegiani ainda comparou o trabalho de Torrent ao de Jesus e, fazendo um exercício de previsão, deixou em aberto a possibilidade de o novo técnico repetir – ou até mesmo superar – os feitos de seu antecessor.
“Ele pode ser campeão da Libertadores, pode repetir a final do ano passado. E pode depois ser campeão do mundo. Ele poderá superar. Acho que o Flamengo, além do elenco que tinha, foi o único time que pode pegar os bons jogadores que estava sobressaindo no futebol brasileiro. Foi o clube que mais contratou, tem mais possibilidade. Cada um tem seus pensamentos. Jesus ganhava e encantava”, analisou.
“Eu vejo o Flamengo muito sólido, fortificado pelos jogadores que vieram. Mas isso vem muito da cabeça do treinador. Ele tem uma ideia, estão bem claras. Prefere fazer um time menos agressivo, mais competitivo. É um favorito do Brasileiro, tem mais possibilidade de vencer. As dificuldades, ele vai ter na Copa do Brasil, na Libertadores”, finalizou.
Contratado no início de agosto, Domènec conseguiu a classificação em primeiro lugar no grupo A da Conmebol Libertadores e é segundo colocado do Campeonato Brasileiro. Esteve no comando da equipe em 18 jogos, venceu 11, empatou três e perdeu quatro. Neste domingo (25 de outubro), enfrenta o Internacional em busca do topo da tabela do torneio nacional.
Retirado de: ESPN