Nos últimos anos, o gramado do Maracanã ficou em evidência, especialmente em 2020. O palco onde Flamengo e Fluminense mandam seus jogos foi alvo de duras críticas de vários atletas, técnicos e até dirigentes. Desde novembro, no entanto, a qualidade do principal palco do futebol no Rio de Janeiro melhorou bastante e em janeiro, para a final da Copa Libertadores, estava impecável.
CEO do estádio, Severiano Braga, explicou o trabalho feito para que o gramado melhora consideravelmente as condições para o principal jogo do ano.
“A gente tem que lembrar uma coisa interessante. Em setembro trocamos o gramado todo aqui e a partir disso a gente fez um planejamento para que no jogo da Libertadores ele estivesse nas suas melhores condições. Um evento internacional, que a gente tinha que entregar o melhor gramado. Quando a Conmebol chegou aqui, ela viu que o gramado estava excelente, a única coisa que eles passaram para nós foram alguns critérios, uma partida normal, de semifinal tem um critério, uma partida de final tem um critério um pouco maior. Eles nos informaram e quem colocou a mão na massa foi a equipe aqui do estádio e com certeza os 20 dias sem jogos contribuíram bastante”.
Severiano ressaltou que o Maracanã é um dos estádios que mais recebem jogos no mundo e fez uma comparação com Giuseppe Meazza / San Siro, local onde Inter e Milan mandam seus jogos.
“O Maracanã, salvo engano, é o estádio com maior número de jogos no mundo. Se você pegar aqui a gente faz normalmente 75 jogos no ano, a outra turma lá faz 33, 35. O próprio estádio da Itália, que tem Inter e Milan, também faz metade dos jogos que a gente faz”.
Arena Corinthians e Beira-Rio são dois estádios referência no Brasil quando o assunto é o gramado, ambos optam por implementar uma grama híbrida, que mistura grama natural com sintética. Segundo Severiano, esse é um dos projetos estudados para serem implementados no Maracanã.
“Estamos sempre estudando as melhores práticas do gramado. Não queremos colocar um gramado todo sintético, entendemos que o maior palco do futebol mundial tem que ter a grama natural. Mas hoje, Flamengo e Fluminense estão com o termo de uso provisório, ainda não saiu a licitação. Quando sair, a gente vai entrar para ganhar e temos um plano de fazer uma troca para um gramado híbrido, com um pouco de grama artificial, que consiga resistir mais ao número de jogos que nós temos”.
Concessão:
Flamengo e Fluminense ainda não conquistaram o direito de mandar seus jogos no Maracanã de forma defitiniva. A dupla espera que o governo abra o edital para a disputa da concessão do estádio.
“A gente não tem previsão, a previsão era no final do ano e acabou que o governo avançou com esse prazo. A gente tem um termo de permissão que vai vencer agora de abril para maio. Entendemos que terá uma nova renovação e se o edital sair agora no primeiro semestre ainda tem todo um trâmite burocrático para acontecer. Tem que sair o edital, ele tem que ser aprovado, tem que ter audiênciapública… são vários trâmites, mais ou menos um ano para o processo todo. A gente torce para que o edital saia logo, para que a gentepossa entrar de sola no Maracanã.
Pandemia:
Os 20 dias sem jogos antes da final da Copa Libertadores fizeram a diferença para o gramado do estádio, mas no retorno do futebol, no entanto, mesmo com meses sem partidas por conta da paralisação no início da pandemia, o Maracanã apresentou muitos problemas em relação a grama. Severiano enumerou os fatores que contribuíram para isso.
“Tem vários fatores, a gente teve a pandemia, tivemos problemas na importação da semente de inverno, ela ficou presa no porto, a gente não conseguiu retirar. A gente não sabia quando voltaria o Campeonato Carioca, não tínhamos um calendário definido e isso é importante para a programação de trabalho. No início da pandemia, nossos funcionários não podiam vir trabalhar, alguns pegaram covid”.
Retirado de: Goal