A vitória do Flamengo por 3 a 2 sobre o Vélez Sarsfield (ARG) foi motivo de muita festa para jogadores e torcida, mas voltou a aquecer o debate sobre a necessidade de eventuais ajustes que tragam maior equilíbrio ao time.
No Estádio José Amalfitani, a vitória na Libertadores foi carimbada pela marca dos craques. Seja pela frieza de Gabigol ao cobrar o pênalti ou pela categoria de Arrascaeta em seu golaço, o Fla reafirmou sua condição de um dos favoritos ao título e apresentou um cartão de visitas de respeito.
Esse triunfo de peso foi construído a partir de uma estratégia que vem sendo usado pelo técnico Rogério Ceni desde a arrancada para a taça do octa do Brasileiro, mas que se mostra mais arriscada à medida que o rival do outro lado tem maior qualidade e também quando o zagueiro Rodrigo Caio não está à disposição.
Sem o titular, Gustavo Henrique foi o escolhido para iniciar o jogo e não teve uma atuação exatamente segura. Com Arão no miolo, o time voltou a ganhar em saída de bola e presença no ataque (vide o gol de empate), mas voltou a deixar o Rubro-Negro por vezes exposto diante dos argentinos. Como os quatro ases do meio para a frente não têm tanta capacidade defensiva, Diego, mais uma vez, “carregou o piano” para fazer o time jogar.
Convicção de Ceni
Se o técnico falou brevemente sobre a necessidade de fazer ajustes no modo como a equipe se defende, nas entrelinhas deu a entender que não planeja nada muito drástico, tampouco urgente. Seu comentário sobre o momento de Diego como volante, derramando elogios, apenas sublinha isso.
“Eu vejo mais méritos a se destacar. Claro que temos que melhorar o sistema defensivo, mas eu vejo muito mais méritos dessa equipe”, disse Ceni. “Diego se encontrou nessa posição. Para mim, seria improvável um jogador de 36 anos jogar com tanta energia nessa posição, sem bola também. Foi combativo o tempo todo. Temos o Arrascaeta, que fez um gol importantíssimo, Gabriel também, Arão… Mas o Diego, no decorrer do jogo, foi muito equilibrado os 90 minutos. Merecedor de estar em campo todo o tempo que ficou. É um exemplo para os demais aqui dentro.”
Na hora da perda de bola, no entanto, o Fla sofreu com os contra-ataques velozes, embora o Vélez não tenha criado oportunidades claras para marcar, sendo cirúrgico nas poucas vezes em que esteve cara a cara com Diego Alves. Pela quarta vez seguida, a equipe começou o jogo perdendo, o que aumenta o desgaste físico e evidencia que há ajustes a serem feitos. A bola parada, mais uma vez, foi um tormento e resultou no segundo gol dos donos da casa.
O assunto sobre o posicionamento do time domina o papo entre os rubro-negros, porém Rogério também não tem um cardápio dos mais fartos em mãos quando se fala em sistema defensivo. Ontem, por exemplo, a opção à disposição para a zaga era Bruno Viana, que entrou no segundo tempo quando Gustavo Henrique estava pendurado e deu conta do recado. Caberá ao comandante montar o quebra-cabeça com as peças que tem em mãos e de acordo com o que o jogo pedir.
— Talvez a gente tenha que procurar pontos positivos em vez de enxergar com lupa os pontos negativos. Vamos tentar enaltecer as coisas boas que acontecem neste clube, pontuou Ceni.
Depois do início da caminhada na competição continental, o Fla volta suas atenções para o Carioca. No sábado (24), um time formado por muitos reservas encara o Volta Redonda, às 19h, no Maracanã. O Rubro-negro precisa da vitória para levantar a Taça Guanabara.
Retirado de: UOL