Contratado para ser o líder técnico de um Flamengo que começava a dar sinais de que entraria no trilho, Diego chegou ao clube nos braços da torcida e com status de herdeiro da camisa 10 de Zico.
Ao ser apresentado, recebeu a 35, mas logo herdou o número mítico do Rubro-Negro. Passados quase cinco anos e nove taças depois, o meia se reinventou aos 36 anos ao sacrificar preferências pessoais em nome do coletivo. Hoje volante, se firmou na posição de “carregador de piano”, tornando-se peça imprescindível para a equipe de Rogério Ceni.
Mesmo com o setor defensivo sob fogo cruzado, o papel do capitão não vem sendo questionado. Com muito vigor físico e senso de posicionamento, ele qualificou a saída de bola e se desdobrou para liberar um pouco mais os demais companheiros. Na vitória por 3 a 2 sobre o Vélez, pela estreia na Copa Libertadores, fez o papel de formiguinha e foi decisivo de novo.
Recuado como uma alternativa de Ceni ao optar por Willian Arão na zaga, o rubro-negro se achou ainda mais ao enxergar o jogo de frente e deu um novo significado para a camisa que carrega. Na final da Supercopa do Brasil, “virou zagueiro”, salvou um gol certo do Palmeiras e incendiou a equipe no Mané Garrincha.
“Ele se encontrou nessa posição. Para mim, seria improvável um jogador aos 36 anos ter tanta energia jogando de frente, nessa posição. Não só com a bola, mas também foi muito importante sem ela, sendo combativo o tempo todo. No decorrer do jogo, o Diego foi muito equilibrado durante os 90 minutos”, disse Ceni após a vitória de virada sobre o Velez Sarsfield, pela estreia na Libertadores, na terça-feira (20).
Com contrato até o fim do ano, Diego vai justificando a sua permanência e para uma possível prorrogação do casamento. Ao se dispor a agregar ao conjunto, ganhou mais pontos com o comandante e reforçou a sua importância para o vestiário.
“É um exemplo de atleta e um exemplo de pessoa. É uma liderança natural e tem voz ativa muito grande no grupo. Ele é um jogador que é exemplo para os demais aqui dentro”, acrescentou Ceni.
Após a estreia com o pé direito na Libertadores, o Fla faz uma pausa na competição continental e volta as atenções para o Carioca. Amanhã (24), o Rubro-Negro recebe o Volta Redonda, às 19h, e depende de uma vitória para levantar a Taça Guanabara.
Retirado de: UOL