Cria da base do Flamengo, o goleiro Gabriel Batista foi de quarta opção com Rogério Ceni à possibilidade de atuar em uma final de Campeonato Carioca. Titular nas duas últimas partidas, o camisa 22 foi o escolhido frente à ausência de Diego Alves — que ainda é dúvida para o clássico com o Fluminense, sábado —, ganhou mais espaço no elenco e acirrou a briga com o companheiro Hugo Souza.
Destaque nas divisões inferiores, Gabriel chegou ao Flamengo em 2014, aos 15 anos, após passagem pelo Audax Rio. Na Gávea, fez parte de uma geração que contou com nomes como Vinicius Junior, Lincoln, Jean Lucas, Klebinho e Thuler, e foi promovido no início de 2018. Naquele mesmo ano, fez a estreia nas primeiras rodadas do Estadual, quando um time “alternativo” foi utilizado.
No decorrer deste período, teve forte concorrência na posição, com Diego Alves e César, também cria do Fla e que foi herói da Copinha em 2011, à frente na disputa. A primeira partida em Campeonato Brasileiro aconteceu em 2019, contra o Goiás, quando o camisa 1 estava lesionado e César acabou expulso. Neste confronto, inclusive, sofreu um gol de Michael, hoje companheiro de equipe.
No ano passado, porém, viu Hugo Souza, que já havia sido até mesmo convocado por Tite, “atropelar a hierarquia” no setor e se tornar dono da posição sob as traves, caindo rapidamente também nas graças da torcida rubro-negra.
Neste cenário, não teve muitas oportunidades com Ceni até aqui. O último jogo com a equipe principal havia sido em setembro do ano passado, justamente com o Fluminense, quando o Rubro-Negro ainda tinha Domènec Torrent no banco de reservas. Depois, atuou no início do Carioca desta temporada, sendo um dos principais nomes quando o Fla usou boa parte do grupo sub-20, sob as ordens de Maurício Souza.
Até por isso, a escolha para ser titular contra o Volta Redonda, pela semifinal do Carioca, e contra o La Calera, pela Libertadores, chegou a causar certa surpresa. Segundo Ceni, a ideia era dar “rodagem” ao goleiro para que ele pudesse “estar preparado”.
— Foi uma boa oportunidade do Gabriel Batista trabalhar, assim como o César teve no jogo com o Ceará. São jogadores formados, com idades próximas um do outro. É um goleiro que vejo todos os dias trabalhando e que eu queria ver ter uma oportunidade para que o próprio torcedor conheça. Eu sei que o Gabriel jogou ano passado, mas foi o primeiro jogo dele que eu pude estar presente no campo. Então, é importante dar rodagem para todos, para que no dia que precisarmos de algum jogador, possa estar preparado, disse, após o duelo com o Voltaço, no último sábado.
Se uma nova oportunidade vai acontecer no sábado ainda é uma incógnita, mas é certo que Batista soube responder positivamente aos testes aos quais foi submetido.
Volta ao Chile
A viagem para o confronto com o La Calera teve um gosto especial para Gabriel Batista. O goleiro pôde voltar ao país onde defendeu a seleção brasileira no Mundial Sub-17 de 2015. A delegação, inclusive, utilizou o CT em Viña del Mar, o mesmo usado pelo Rubro-Negro agora. À época, além de Gabriel, também foram convocados Juliano Chade, então no Athletico-PR, e Filipe Santos, que defendia o Corinthians na ocasião.
Jogo com os pés
Elogiado pela comissão técnica, Gabriel Batista demonstrou também boa desenvoltura com os pés, herança dos tempos de futsal. Foi na modalidade que, ainda pequeno, ele deu os primeiros passos. À época, o goleiro, que é natural de São Gonçalo, defendeu o Canto do Rio, tradicional clube localizado na cidade vizinha Niterói.
César se recupera de cirurgia
O goleiro César se recupera de uma cirurgia após lesão no ligamento cruzado no joelho direito. Ele se lesionou durante um treino no fim de fevereiro, antes do jogo que deu o título ao Flamengo pela última rodada do Brasileiro. À época do problema, ele tinha conversas avançadas para um empréstimo ao Atlético-GO.
Retirado de: UOL