Entenda a lógica do Flamengo nas apostas em Kenedy e Andreas Pereira

Andreas Pereira em ação pelo Manchester United (Foto: Mattew Peters/Manchester United)

Há uma discreta lógica nas contratações do Flamengo neste meio de temporada. O clube prepara a troca da vitoriosa geração de 1985 por outra pelo menos 10 anos mais nova, nascida a partir de 1995, 1996 e 1997. Aos poucos, Diego Alves, Filipe Luís e Diego Ribas devem começar a sair de cena para a entrada em cartaz de Kenedy, Andreas Pereira e outros parceiros contemporâneos de Gabriel Barbosa, Thiago Maia e Léo Pereira na Seleção Brasileira que disputou o Sul-Americano e o Mundial Sub-20 de 2015. Pode até ser coincidência, mas a proximidade na faixa etária deles indica uma fórmula, um conceito de rejuvenescimento com a qualidade de jogadores experimentados em times e ligas de altíssimo nível da Europa.

Há seis anos, o Brasil disputava duas competições continentais sob a batuta de dois técnicos diferentes. Alexandre Gallo levou a Seleção ao quarto lugar no Sul-Americano Sub-20 de 2015, na Argentina. Rogério Micale herdou a prancheta para o Mundial da categoria, na Nova Zelândia. Decidiu o título contra a Sérvia e amargou o vice-campeonato na prorrogação.

Coincidentemente, ao anunciar a contratação de Kenedy e se aproximar do acerto com Andreas Pereira, o Flamengo está próximo de reunir, no Ninho do Urubu, até cinco jogadores que fizeram parte daquela safra. Todos com passagem pela Seleção Sub-20. Podemos até batizá-la de “Geração Gabigol”. Vamos por partes.

Gabriel Barbosa, Léo Pereira, Thiago Maia e Kenedy estavam juntos no Sul-Americano Sub-20 de 2015. Com eles também estava Gerson, vendido recentemente pelo Flamengo ao Olympique de Marselha. Com a troca de Alexandre Gallo por Rogério Micale houve mudança no elenco para o Mundial. O zagueiro Léo Pereira permaneceu no grupo e ganhou a companhia de Andreas Pereira. Kenedy só não participou da campanha do vice-campeonato devido a uma apendicite. Deu lugar a Malcom.

Elenco do Flamengo pode ter até cinco jogadores que atuaram juntos na Seleção Brasileira no Sul-Americano e/ou no Mundial Sub-20 de 2015: Gabigol (24 anos), Thiago Maia (24), Léo Pereira (25), Kenedy (25) e Andreas Pereira (25). A média de idade deles é de 24,6 anos. Gerson (24) seria mais um integrante da “Geração Gabigol” nascida em 1995, 1996 e 1997, mas foi vendido ao Olympique de Marselha

Há outra lógica no oportunismo de mercado do Flamengo. O clube está atento a promessas que refugam na Europa, mas acumularam experiência suficiente para elevar o nível técnico do time. Gabriel Barbosa não vingou na Internazionale e no Benfica, mas virou ídolo no Flamengo.

Gerson teve altos e baixos na Roma e na Fiorentina, porém, deixou um vácuo no meio de campo rubro-negro. Pedro não se firmou na Fiorentina e foi comprado pelo Flamengo. Thiago Maia começava a ficar para trás no Lille e topou o convite para reforçar o clube carioca.

Pode ser mera coincidência, mas há lógica no mercado rubro-negro. Repito: Gabriel Barbosa, Thiago Maia, Léo Pereira, Kenedy e Andreas Pereira fizeram parte de um projeto que interessa ao futuro do clube carioca. Uns chegaram em definitivo. Outros por empréstimo. A fusão com outros jovens como o centroavante Pedro faz parte da fórmula de rejuvenescimento de um elenco em metamorfose, mas ainda extremamente promissor.

Retirado de: Correio Braziliense