O técnico da seleção brasileira, Tite, enviou no final da semana passada lista com 35 jogadores para a rodada tripla de outubro das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. A lista tem, novamente, série de jogadores que atuam na Inglaterra – são mais atletas do que os nove da última lista.
Na última sexta-feira, a CBF entrou com novo pedido de excepcionalidade da quarentena a esse grupo ao Governo Federal. A solicitação prevê regime especial de bolha para estes atletas, como foi feito em maio deste ano. Desta maneira, a CBF se compromete a fazer monitoramento especial aos jogadores e restringir ainda mais a circulação destes jogadores. Procurada, a assessoria de imprensa da Casa Civil informou que a solicitação está sob análise.
O treinador selecionou novamente alguns atletas do futebol brasileiro. Do Flamengo, foram quatro – o que não quer dizer que todos eles serão convocados, pois depende justamente da liberação de atletas ingleses. Além de Everton Ribeiro e Gabigol, estão o zagueiro Rodrigo Caio, de volta após tempo afastado de lesão, e Pedro, jogador que Tite e a comissão têm conhecida simpatia.
Na última lista, por conta do veto dos ingleses, o treinador levou oito do Brasil. Os goleiros Weverton, Santos e Everson, o lateral Daniel Alves, hoje sem clube, o zagueiro Miranda, o lateral Guilherme Arana, os meias Edenilson e Everton Ribeiro e o atacante Hulk.
Líder das Eliminatórias com oito jogos e oito vitórias, o Brasil enfrenta a Venezuela, em Caracas, dia 7, depois a Colômbia, dia 10, em Barranquilla, e fecha a rodada tripla em Manaus, contra o Uruguai
Expectativa na Fifa
Tite anuncia os escolhidos entre esses 35 na sexta-feira e depende justamente de duas informações para fechar o tamanho da lista. Caso tenha sinal verde nas duas frentes, a lista pode ser mais enxuta. Se a incerteza sobre contar com os ingleses permanecer, a lista pode ser maior novamente.
A primeira informação depende de concordância da Casa Civil do Governo, de excepcionalidade dentro da portaria interministerial 655 em vigor, junto ao Ministério da Justiça e da Saúde. Ela prevê quarentena obrigatória também aos brasileiros que venham do Reino Unido.
A segunda informação é a mais importante e depende menos da CBF e em nada do governo brasileiro. Desde o fim da semana passada, a Fifa e o governo britânico debatem flexibilização das regras para a chamada “bolha do futebol”.
A “bolha” atenderia jogadores que atuam na Inglaterra e que não teriam que cumprir os 14 dias de quarentena no retorno ao país de origem. Esta questão afastou os atletas da última convocação, pois os clubes não aceitaram a liberação.
A CBF cobrou punição dos ingleses, a Fifa entrou em campo, teve uma decisão favorável na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) do recurso da Liga espanhola, que queria repetir o movimento inglês, em protesto principalmente pelo aumento da data Fifa de nove a 11 dias. Houve um princípio de entendimento, mas que ainda depende dessa resolução negociada entre Fifa, o governo inglês e os clubes. A expectativa é positiva, mas ainda não há definição.
Enquanto isso, Tite e a comissão técnica se precaveem. Contando com os ingleses que não se apresentaram, Tite selecionou 34 nomes na última convocação – além dos nove que atuam na Inglaterra – Alisson, Ederson, Thiago Silva, Fabinho, Fred, Roberto Firmino, Raphinha, Gabriel Jesus e Richarlison -, ele perdeu Matheus Nunes (cotado para ser chamado para a seleção de Portugal) e ainda mais Claudinho e Malcom, do Zenit, que atenderam ao chamado para retorno dos russos.
Desta vez ele não tem Neymar para a partida contra a Venezuela. Mas tem a volta de Marquinhos, que cumpriu suspensão. Além disso, tem pendurados Éder Militão, Bruno Guimarães e Gerson.
Retirado de: Globo Esporte