Principal prejudicado pelos principais efeitos de um calendário desorganizado no Brasil, já que ainda disputa três competições, o Flamengo sofre mais por problemas físicos de seus jogadores do que com as ausências em datas Fifa.
Se o clube perdeu mais uma vez seu quarteto convocado para as Eliminatórias, vê a cada semana novos casos de lesão e novos sinais de desgaste em atletas na reta final da temporada.
O último a apresentar queixas foi Andreas Pereira, que tem atuado como titular em sequência. Alguns tiveram problemas que vão e voltam, como Filipe Luís e Diego Ribas. Todos atribuídos ao excesso de jogos ou à maratona sem tempo de preparação.
— É a sequência de jogos, o desgaste muito grande. Tem equipe que joga uma vez por semana e tem jogador no departamento médico, duas vezes… Imagine o Flamengo que joga três competições? O Flamengo paga um preço muito alto, principalmente por lesões – declarou Renato Gaúcho.
Poupado de última hora contra o Bragantino, Filipe Luís ficou um mês fora entre os jogos contra Santos, pelo Brasileiro, e Barcelona, na Libertadores. Quando voltou, jogou duas partidas, saiu antes do fim contra o Athletico-PR, e apresentou dores musculares novamente. Fez exame que não apontaram nada grave antes de embarcar para as duas partidas desta semana e é esperado no sábado contra o Fortaleza. O jogador deve atingir o maior número de partidas em um ano em sua terceira temporada no Brasil.
Em 10 de setembro, Diego Ribas foi diagnosticado com edema na panturrilha. Voltou a atuar no dia 26, contra o América-MG, por 61 minutos como titular. Desde então, não jogou mais. Na semana passada, tornou a sentir o problema muscular no mesmo local, e faz um trabalho intensivo no clube. A expectativa é que retorne na próxima semana, contra o Juventude. Em comum, a dupla de veteranos de 36 anos já tem um cuidado especial, pois se recuperam entre os jogos de forma mais lenta que os jovens.
Problemas atingem mais novos e pouco rodados
Aliás, a carga de trabalho entre os jogos tem sido diminuída para evitar novos problemas deste tipo em todo o elenco. Apesar de queixas apontarem para uma conduta equivocada do departamento médico, há todo um cuidado exatamente para evitar lesões.
— Sempre procuramos tomar as decisões corretas. Se lá no final do ano acharmos que algum departamento deve ser mudado, as pessoas de cima estão atentas. Mas até agora as decisões tomadas estão certas – completou o treinador.
Nas últimas partidas, entretanto, as lesões ou desgaste tiraram de ação também jogadores mais novos. Entre eles, Arrascaeta, que ficou sem atuar por duas semanas ao sentir um problema na coxa no jogo com o Palmeiras, após a última convocação para o Uruguai. Voltou na semifinal da Libertadores, jogou duas partidas e tornou a se apresentar à seleção, onde se leisionou novamente. Gabigol também voltou da seleção com dores e ficou um jogo fora. Um acréscimo de desgaste para os convocados.
Exatamente por não terem sequência, alguns dos jogadores reservas, como Renê, Pedro e Gustavo Henrique apresentaram problemas musculares quando foram acionados para alguns jogos, sem planejamento prévio. David Luiz, por outro lado, estreou depois de uma semana, e se machucou no segundo jogo. Ele não entrava em campo desde maio.
Outro que virou baixa foi Thiago Maia. O volante retornou ao time titular diante do Bragantino e não foi bem. Antes da semifinal da Libertadores no Equador, apresentou edema no adutor da coxa esquerda, a mesma perna que teve o joelho operado no fim do ano passado. Vinha de um trabalho minucioso de reequilíbrio muscular, semelhante ao que fez também o zagueiro Rodrigo Caio, este em sequência rara nas últimas partidas.
Retirado de: O Globo