“Arrogante”, “soberbo” e “prepotente”. Essas são algumas das definições da imprensa argentina para classificar o comportamento do argentino Néstor Pitana, árbitro da final da Libertadores entre Flamengo e Palmeiras no próximo dia 27. E um episódio surreal, ocorrido no último sábado, deu ainda mais munição aos críticos que só aumentam por todo o país.
Pitana foi o árbitro de Colón 3×0 Platense, válido pela 20ª rodada do Campeonato Argentino. Ele acrescentou dois minutos a mais no primeiro tempo, e, aos 47min02, saiu o primeiro gol do Colón. O zagueiro Nahuel Iribarren, do Platense se aproximou dele para perguntar se o gol havia sido no tempo estipulado. Pitana respondeu com educação, mas, na sequência, segundo o zagueiro, o chamou para sair na mão e o expulsou.
“Em nenhum momento houve excesso verbal”, contou Iribarren, que precisou ser contido para não agredir o árbitro. “Fiquei cego de raiva”.
Néstor foi consultado pela TV TyC Sports pelo episódio e pela versão do zagueiro, mas deu uma resposta evasiva que alimentou ainda mais a antipatia coletiva: “Não aconteceu nada, falem de futebol que é mais importante”.
“Se você pretende que falemos só de futebol, Pitana, primeiro você precisa rever a forma como trata as pessoas”, detonou o canal ao terminar a matéria.
Um árbitro complicado
É difícil encontrar no futebol argentino quem não tenha tido problemas com Néstor Pitana, de 46 anos —e poucos entendem como ele segue designado a jogos importantes. Além da decisão da Libertadores, foi o responsável pela arbitragem na abertura e final da Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
O último a reclamar de Pitana foi Marcelo Gallardo, técnico do River Plate: “Ele tem tanto dom para dirigir os jogos que parece que subiu à cabeça. Quando você quer conversar, ele vira a cara, te ignora, isso te tira do sério”, falou Gallardo depois de um empate por 1 a 1 entre Estudiantes e River no Estádio Uno, em La Plata, há dez dias.
Não foi o primeiro entrevero entre eles. Em um River x Boca de 2017, Gallardo invadiu o campo para tirar satisfações com Pitana por ter chamado o lateral-direito Montiel de “moleque”. Javier Pinola, capitão do River, também teve um tenso encontro com o árbitro em 2019 antes de trocar xingamentos e ser expulso justamente por questionar sua prepotência em um River x Talleres.
Retirado de: UOL