O Maracanã ficará fechado por cerca de 80 dias, após o fim do Campeonato Brasileiro. A empresa que gere o estádio vai reformar o campo de jogo para a temporada de 2022. A principal novidade será a inclusão de grama sintética.
O material artificial fará companhia ao gramado natural, que também sofrerá mudanças. A instalação de rolos de grama, prática em voga desde 2013, quando o estádio foi reaberto, deixará de acontecer. A ideia é voltar a plantar mudas no campo de jogo.
De acordo com Severiano Braga, CEO do Maracanã, a proporção será de 90% de grama natural e o restante de sintética, a ser “costurada” pela empresa suíça “GrassMax Systems”. A grama natural, plantada, possui capacidade de recuperação mais rápida depois das partidas do que o gramado de rolo. Para completar, a inclusão da grama sintética aumentará a qualidade da grama natural, uma vez que as perfurações no solo para a “costura” do gramado artificial criam pequenos canais que aumentam a absorção de água e nutrientes.
A reforma do gramado deverá custar entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões, dinheiro que sairá do caixa da empresa responsável pela gestão do estádio, criada por Flamengo e Fluminense depois que os clubes assumiram a concessão do palco das finais das Copas do Mundo de 1950 e 2014. A ideia é finalizar o trabalho a tempo de o Maracanã receber a decisão do Campeonato Carioca de 2022.
— Vamos retirar entre 10cm e 15cm de terra. Depois, vamos entrar com a areia, fazer o caimento, e realizar o plantio da grama. Em seguida, é colocar água, adubo e esperar crescer — explicou Braga.
Sobrecarregado
A intervenção visa diminuir os problemas com o gramado do Maracanã. O campo é alvo de críticas recorrentes devido ao seu estado.
Entre algumas dificuldades estruturais — parte do gramado passa cinco meses por ano na sombra e a falta de sol atrapalha o crescimento da grama—, o que mais atenta contra a qualidade do campo de jogo é a maratona de partidas a que ele é submetido.
Segundo Severiano Braga, o Maracanã recebeu 70 partidas em 2021. O número é grande por ser onde Flamengo e Fluminense mandam suas partidas. São Januário, casa do Vasco, e Nilton Santos, estádio do Botafogo, receberam na temporada 45 e 48 jogos, respectivamente, no levantamento da empresa que gere o estádio.
Entre algumas dificuldades estruturais — parte do gramado passa cinco meses por ano na sombra e a falta de sol atrapalha o crescimento da grama—, o que mais atenta contra a qualidade do campo de jogo é a maratona de partidas a que ele é submetido.
Segundo Severiano Braga, o Maracanã recebeu 70 partidas em 2021. O número é grande por ser onde Flamengo e Fluminense mandam suas partidas. São Januário, casa do Vasco, e Nilton Santos, estádio do Botafogo, receberam na temporada 45 e 48 jogos, respectivamente, no levantamento da empresa que gere o estádio.
Quando comparado a estádios estrangeiros, a diferença é ainda maior: Camp Nou, casa do Barcelona, recebeu 22 partidas em 2021. O Anfield, estádio do Liverpool, 25. Isso ajuda a explicar a diferença na qualidade do gramado.
Já sobrecarregado com Flamengo e Fluminense, o Maracanã pode receber partidas do Vasco em 2022. O clube de São Januário deseja participar da nova gestão do estádio: o Governo do Estado do Rio vai abrir licitação para definir quem ficará com a concessão do estádio pelos próximos 20 anos.
— Já está difícil manter o campo bom com a quantidade de jogos atual. Eu não recomendo que mais um time jogue no Maracanã. Essa estrutura que vamos instalar vai suportar a carga que temos hoje. Mais jogos do que já temos será um absurdo, via prejudicar demais a qualidade do espetáculo — afirmou Severiano Braga.
Retirado de: O Globo