Assim como no futebol, o início de ano tem sido de bastante trabalho no ginásio de ginástica do Flamengo. Na última terça-feira (18), a ginasta que viralizou nas redes sociais por treinar em uma trave improvisada no Morro do Borel, Ana Luísa Batista, foi apresentada ao centro de treinamentos rubro-negro.
A jovem recebeu uma bolsa de estudos do Flamengo e poderá se aperfeiçoar com o auxílio da estrutura que o Mais Querido disponibiliza para suas ginastas. Mas além das apresentações formais, um outro momento certamente ficará na memória da garota.
Em certo momento, Ana Luísa conheceu cinco dos nomes mais famosos da ginástica artística nacional: Daniele Hypólito, Flávia Saraiva, Rebecca Andrade, Jade Barbosa e Lorrane Oliveira. Além de conversar com a garota, as experientes ginastas contaram relatos de suas jornadas no esporte.
Rebeca Andrade
— Quando eu treinava em Guarulhos, eu conheci a Dai [Daiane dos Santos] e a Laís [Souza]. Quando me mudei para começar a treinar no Flamengo, estava a Jade, a Daniele, o Diego, então foi bem incrível. Eu sinto no coração como ela se sentiu. É bem legal.
— Se a gente batalhar bastante, acreditar nos nossos objetivos, nas pessoas que trabalham com a gente, acho que tem que ser grata por todas as coisas que acontecem. Tanto as coisas boas quanto as ruins. Na parte ruim, a gente também aprende a crescer. É onde você descobre a sua força. E saber que o dia ruim também passa, para que o dia bom seja muito mais aproveitado. É importante acreditar em você, principalmente. Ninguém pode querer mais do que você. E sempre ser muito grato, ter muita fé e correr atrás mesmo.
Daniele Hypólito
— Acabei vendo uma entrevista dela [Ana Luísa], porque, quando postaram o vídeo dela, me marcaram. Acabei começando a acompanhar. Em uma das entrevistas que vi, ela falou que era minha fã. Nisso, tentei achar o Instagram dela, mandei áudio pelo Instagram. Acho que é um incentivo, quando você dá a resposta para a criança. É o maior incentivo que você pode dar para uma criança talentosa e que tem essa vontade que a Ana Luísa tem. E tive a oportunidade de estar com ela.
Flávia Saraiva
— Por mais difícil que pareça ser, vocês conseguem ir atrás dos seus objetivos. Talvez não seja uma medalhista olímpica, mundial, mas estar no esporte é muito bom para você para incentivar e aprender a lidar melhor com a vida.
— A minha experiência foi um pouco diferente da dela [Ana Luísa]. A Dani [Daniele Hypólito] e o Diego [Hypólito] foram meus padrinhos de ginástica, assim que eu entrei na ginástica. Quando fui treinar em Três Rios, conheci a Jade, a Dani, conheci de verdade, a Rebeca também. Eu ficava super nervosa. Ficava do lado delas e pensava “Meu Deus, estou do lado da Jade Barbosa, respira, não está acontecendo nada, está tudo normal”.
Jade Barbosa
— Gratidão pelo carinho que você tem com a gente, pelo respeito, admiração. Você e todas as outras crianças, eu motivo a buscarem todos os meios de fazerem o que vocês querem. Vão até o final, não desistam. O tentar é muito melhor do que o não tentar.
— O Flamengo sempre foi o celeiro de muitos atletas. A gente sempre teve aqui a seleção brasileira inteira. Quando entrei em 97, a Dani [Daniele Hypólito] já estava e eu vi a Dani ir para a primeira Olimpíada. Já tinha um carinho por ela, da categoria adulta dentro do ginásio. Já admirava antes de conquistar medalha no Mundial. Quando aconteceu, falei caramba, que oportunidade.
Lorrane Oliveira
— Acho que foi uma experiência incrível para ela, porque eu tive uma oportunidade dessa quando era mais nova. O meu sonho era conhecer a Daiane dos Santos. Eu tive essa oportunidade antes mesmo de vir para o Flamengo. Foi uma inspiração maravilhosa para eu continuar neste caminho.