O Flamengo deve anunciar oficialmente ainda hoje, dia 10, a contratação em definitivo de Andreas Pereira. Cerca de 10,5 milhões de euros, ou 63 milhões de reais, por 75% dos direitos econômicos. A quarta maior contratação da história do clube.
A temporada 2021 do clube praticamente foi encerrada com a derrota na final da Libertadores. Gol de Deyverson na prorrogação, com falha bisonha de Andreas. Histórica. Um peso na carreira de qualquer atleta.
Pois ainda no começo de 2022, com Andreas tendo cumprido apenas um jogo oficial, o Flamengo faz esse movimento ambicioso e coloca ainda mais responsabilidades nos ombros do meio-campista.
No Fla-Flu, um ótimo começo apoiando Everton Ribeiro e De Arrascaeta pela esquerda. Mas depois de um passe errado e de levar cartão amarelo aos 27 minutos de jogo, o desempenho foi caindo até ser substituído aos 15 do segundo tempo. Queda física, natural pelo início de temporada? Ou baixa anímica ao falhar, fruto de um cobrança excessiva para compensar a falha capital? A temporada vai responder.
Por ora, as opiniões na Gávea e no Ninho do Urubu sobre o negócio são divididas. Alguns acham que vale o investimento: com 26 anos, equilibra um pouco a faixa etária do elenco. Pesa também a possibilidade de venda futura, com o clube podendo lucrar no final, como aconteceu com Gerson e Michael.
Outros, porém, consideram o investimento alto demais para um atleta que não “decide jogo”. Ou seja, pagando caro por quem não faz tantos gols. Sem contar a desconfiança que vai pairar sobre Andreas enquanto o time com ele não alcançar uma grande conquista, de preferência a Libertadores. Com o jogador se destacando na final.
Mas há um fator pouco comentado que, segundo apuração da coluna, pesou e muito nos bastidores da negociação: o marketing.
No trabalho de afirmação e internacionalização da marca Flamengo, importante na captação de patrocínios e outras ações, contratar um jogador do Manchester United, ainda que não seja pagando a multa rescisória e deixe 25% com o clube inglês, reforça a imagem de robustez no mercado. Faz a Europa olhar para a América do Sul.
Essa é uma das principais metas da gestão Landim: tornar o Flamengo uma potência mundial. Mesmo com a cultura eurocentrista do futebol e a distância entre real e dólar ou euro.
Portanto, no “voto de Minerva” na hora de fechar o negócio, pesando prós e contras, o marketing foi a chave da contratação de Andreas Pereira.
Vejamos se o atleta vai corresponder onde mais importa: no campo.
Retirado de: UOL