Desde 2019, a maior parte dos investimentos do Flamengo para reforçar o elenco é feita em euro, que nas últimas semanas teve queda em relação ao real. Então, a desvalorização é boa para o clube? A resposta não é tão simples.
Para contratar atletas, sim. Mas ao mesmo tempo em que paga menos, o Flamengo também vê sua receita com a venda de jogadores para o exterior, que corresponde a uma boa parte dos rendimentos do clube, cair.
O clube ainda tem, por exemplo, 15,2 milhões de euros a receber da venda de Gerson ao Olympique de Marselha. Com a variação cambial atual, o valor será reduzido. O mesmo vale para a última parcela da venda de Muniz ao Fulham, que vence em agosto.
Já o caso da compra de Andreas Pereira é um exemplo positivo. Na ocasião do acordo com o Manchester United no valor de 10 milhões de euros, no início de fevereiro, a transação em real era de R$ 60,2 milhões. O clube ainda não efetuou o pagamento, que atualmente caiu quase 9% em real. No câmbio de segunda-feira, o valor está em R$ 54,8 milhões, R$ 5,4 milhões a menos.
Como a diretoria está em busca dos reforços pedidos por Paulo Sousa, o momento é o mais favorável, do ponto de vista financeiro, desde a chegada do português. Um exemplo: a multa rescisória do goleiro Santos, do Athletico, é calculada em euros – 3,5 milhões.
Clube tem estratégia para não sofrer impacto das variações do câmbio
Para não correr o risco de ter o orçamento impactado por variações na cotação do real em relação ao dólar e euro, o Flamengo utilizada uma alternativa financeira chamada “Hedge cambial”, um conjunto de instrumentos usados para proteger os investimentos.
O objetivo é congelar o preço de uma moeda em data futura e garantir a previsibilidade da transação.
Retirado de: Globo Esporte