Vídeo: Emissora e jornalista são condenados a pagar indenização ao Flamengo

Logomarca da emissora ESPN (Foto: Reprodução)

Nesta terça-feira, em decisão da juíza Flávia Gonçalves Moraes Bruno, da 14ª Vara Cível do Rio de Janeiro do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), o jornalista Gian Oddi e a ESPN, emissora do Grupo Disney, foram condenados em processo promovido pelo Flamengo desde 2020, e terão que transmitir um direito de resposta e pagar indenização ao clube e dirigentes. O Esporte News Mundo teve acesso a detalhes do caso, que cabe recurso.

Além do Flamengo, o presidente Rodolfo Landim e o vice-presidente Rodrigo Dunshee também figuraram como autores da ação, ganhando direito à indenização. A ação judicial do Rubro-Negro aconteceu devido a declaração vinculada no programa Linha de Passe, do canal do Brasil, do dia 16 de março de 2020 sobre a votação para a paralisação do Campeonato Carioca daquele ano devido à pandemia da Covid-19, mais conhecida como coronavírus.

Na edição do programa ‘Linha de Passe’ (vídeo abaixo), o jornalista Gian Oddi comentou sobre o possível interesse da diretoria do Flamengo em dar prosseguimento ao Campeonato Estadual em meio à crise do Coronavírus, e classificou a atitude como ‘desumana’.

“Para mim, o mais estarrecedor de tudo é a postura do Flamengo na reunião, tentar continuar o campeonato. E eu acho inacreditável por como são os dirigentes do Flamengo. Porque, ao contrário do presidente da República, que é um irresponsável, mas é um irresponsável ignorante, quase uma limítrofe, os dirigentes do Flamengo têm conhecimento, cultura e inteligência, então nada justifica a postura desses dirigentes de tentarem manter o campeonato porque eles sabem muito bem quais são as possíveis consequências. É uma diretoria desumana”, disparou.

Na sequência, Oddi lembrou do imbróglio envolvendo os garotos mortos no incêndio do Ninho do Urubu e classificou a situação como “mau-caratismo”.

“Já se mostrou e tem se mostrado uma diretoria desumana no caso dos Garotos do Ninho e volta a se mostrar uma diretoria desumana e que pensa em dinheiro e planilha do Excel. Pensam em títulos e são competentes nisso, são competentes em ganhar dinheiro, mas na hora que você tá falando de gente, os caras são terríveis. Para mim, beira o mau-caratismo isso, não é possível”, desabafou o jornalista.

Com isto, o jornalista terá que ler o direito de resposta (leia na imagem a seguir a íntegra) na emissora em até cinco dias, sob pena de multa diária de R$ 100, com limite de R$ 50 mil. Já a ESPN terá que pagar a indenização de R$ 45 mil, sendo R$ 15 mil para o clube e R$ 15 mil para cada dirigente que também foi autor da ação.

Na decisão, a magistrada chegou à conclusão que Oddi, “ao noticiar uma informação amplamente veiculada, à época, em diversos meios de comunicação (qual seja, a alegada retomada das atividades pela parte autora e o voto contrário à suspensão do Campeonato Carioca/2020), emitiu um juízo de valor, dando opinião pessoal acerca da situação em tela”.

“Note-se: não se está, aqui, discutindo a veracidade ou não da informação acima destacada. Apenas o que se observou foi que o primeiro réu, ao relatá-la em um programa televisivo de grande audiência, não se limitou ao seu direito de informar, eis que, repita-se, valeu-se de um juízo de valor atingindo não apenas o primeiro autor, mas também a sua diretoria (que, na ocasião, era composta pelos segundo e terceiro autores)”, seguiu a juíza em sua sentença.

Concluiu a magistrada na argumentação: “No caso em questão, veicular, em programa de grande audiência, expressões tão baixas e pejorativas envolvendo a parte autora causa, sem sombra de dúvida, ofensa à sua honra e ao bom nome que aquela goza perante a sociedade. Frise-se que, diante dos fatos narrados e cabalmente comprovados, presume-se a negativa repercussão que tais declarações tiveram na sociedade. Assim, não há como deixar de reconhecer o abalo de ordem moral experimentado pela parte autora”.

Retirado de: UOL