Encontrar uma forma de comparecer a todos os compromissos e disputar todas competições para as quais está classificado não será uma tarefa simples para o Flamengo. Com as conquistas das copas, o Rubro-Negro garantiu vaga em sete torneios, enchendo sua agenda para 2023.
A primeira competição agendada para o Mengão é o Campeonato Carioca. No estadual, o clube encontra Fluminense, Vasco, Botafogo e diversos outros times do Rio de Janeiro.
A novidade para o próximo ano é que duas das três equipes citadas passaram por um processo administrativo que visa tentar equilibrar o jogo entre os quatro times de maior expressão do Rio.
De acordo com Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), haverá um equilíbrio maior entre os quatro no Campeonato Carioca de 2023, uma vez que Botafogo e Vasco se tornaram SAFs recentemente e estão recebendo maior investimento. Por consequência, os demais clubes que disputarão o estadual sofrerão ainda mais com a diferença de realidades.
— Uma consequência imediata é o desequilíbrio econômico que vai acontecer nas competições. Não há dúvida. Vamos ter Fórmula 1 com Ferrari, McLaren e com fusquinhas lá atrás. Isso vai acontecer na primeira competição nacional. No estadual não sei se tanto assim, porque a competição se resume em protagonistas e coadjuvantes. No Rio temos as quatro grandes marcas, é a única cidade do mundo que tem quatro grandes marcas.
— Antes tinha um desequilíbrio causado pelo Flamengo em si, com situação econômica muito melhor. Agora tem mais duas outras marcas que podem concorrer de imediato com o Flamengo, é só colocar o dinheiro lá. Embora muito dinheiro pode não significar resultado. O desnível econômico do Flamengo em relação aos demais pode ser muito minimizado de imediato por duas marcas, Botafogo e Vasco, em função da SAF. O Fluminense eu não sei como vai se situar economicamente no meio desse poderio econômico dos outros.
Embora o poder econômico de fato aumente, Rubens Lopes ponderou que o dinheiro pode não ser tudo neste caso. Isso porque o sucesso da equipe passa também pela gestão do clube.
— Sobre a SAF, nada mais é que uma instituição, uma forma jurídica, empresarial, que não é garantia de sucesso. Tudo passa por gestão. Se a gestão da SAF foi ruim, o resultado vai ser ruim. Não é o modelo que é garantia de sucesso. Um mau gestor, pode estar na SAF, na SOF, na SIFU, o que não acredito que venha a acontecer, embora tenha o caso do Gama… O problema é de acordo com a gestão.
— É uma forma promissora, as pessoas não estão ali para brincar, a não ser que esteja com dinheiro além da conta. Não acredito que o presidente da SAF do Botafogo tenha entrado só para brincar e depois não queira mais o clube. Vislumbra como negócio. É a expectativa que todo botafoguense tem. Eu posso referendar isso. Mas é uma forma muito nova. Começamos a conviver com isso agora, tem oito meses, vamos aguardar. Mas de uma forma imediatista, financeiramente foi uma solução que permitiu ter uma certa tranquilidade, reforçada pela expectativa de que recursos serão aportados.