Quem vê o Flamengo hoje, com estrutura de primeiro mundo, jogadores de nível de seleção, Copa do Mundo, com arrecadação bilionária e títulos, mal sabe (os mais novos, pelo menos), dos problemas que o rubro-negro enfrentava para ‘sobreviver’. Nesse sentido, o Diretor-executivo do Flamengo na temporada de 2014, Felipe Ximenes, relembrou o tempo das “vacas magras”.
Em entrevista ao canal “charla podcast”, Ximenes lembrou:
”Meu Deus do céu. O Ninho do Urubu era terra pura. Tinham apenas dois campos utilizáveis. Almoçávamos em contêineres, estacionamento era todo de terra. Mas não tinha hotel. Concentrávamos no Hotel Windsor, na Barra. Além disso, o departamento de fisiologia era todo naqueles contêineres lá. Fizemos alguns treinos na Gávea, já que existia ainda aquela história que também precisa treinar na sede”, disse o dirigente.
Ximenes ainda brincou sobre a conquista da Copa do Brasil em 2012, que para o dirigente, este título pode ter trazido alguns malefícios ao clube.
”Eu brinco falando que o Flamengo teve o azar de ter sorte no começo. O título da Copa do Brasil foi o azar de ter sorte, né? Pareceu que a direção já tinha aprendido futebol (…) Eu paguei com minha função, com meu emprego. Você tem que ir contra processos. É muito duro você embarcar para Recife, o treinador querer levar 25 jogadores, mas a diretoria dizer que não tem como levar tudo isso, já que não tem dinheiro”, pontuou.
Por fim, falou das dificuldades financeiras para pagar e até limitação de camisas.
”Como senta numa mesa para negociar bicho com os jogadores? Não tem como pagar. Tivemos que limitar o número de camisas que demos pós-jogo. Eram mudanças de processo e você sendo a interface do clube, isso muita gente não vê. Ou seja, o difícil é fazer o fácil, o complicado é fazer o simples”, finalizou.
Retirado de: Diário do Fla