Os erros claros da gestão de futebol do Flamengo neste começo de ano geraram uma onda de críticas e revoltas de torcedores e de figuras políticas do clube. Nesta sexta-feira (14), o membro dos conselhos deliberativo e de administração, Wallim, se manifestou nas redes sociais e opinou sobre o modelo de gestão do clube da Gávea.
O conselheiro defendeu uma reestruturação e profissionalização no departamento de futebol, algo que na opinião dele seria a evolução necessária para que o Flamengo voltasse a ter um alto rendimento a longo prazo.
Vale lembrar que Wallim não é o único que discorda da atual gestão do Flamengo. Grupos de oposição também defenderam a profissionalização das pastas em carta divulgada nesta semana.
Leia a publicação na íntegra:
Um longo fio com a minha visão sobre o modelo de gestão do futebol, que já defendo há algum tempo, e outros comentários:
1- Os conselheiros, ao contrário do que muitos imaginam, não têm poder para mudar nada, sequer são ouvidos. O regime do clube é presidencialista, ou seja, o presidente tem muitos poderes conferidos pelo estatuto vigente. Quem pode pressionar, como bem disse aqui noutro dia o Ricardo Hinrichsen (ex-VP de Marketing do Flamengo), são os grupos de apoio, mesmo assim de maneira limitada;
2- Em qualquer situação de crise, tem que ser formado um grupo de crise, com pessoas com experiência neste tipo de situação e sem o componente emocional, para trazer alternativas de solução para o presidente e para os seus pares.
3- O grande problema da grande maioria dos clubes brasileiros, já há algum tempo, é o modelo de gestão do futebol; quero deixar bem claro que não falo de pessoas, apesar delas serem importantes na implantação e execução do modelo. Estamos no século XXI com um modelo de futebol do século XX. Basta olhar para a Europa e mesmo para os USA (Estados Unidos) para ver como o futebol dos clubes é gerido. Não precisa inventar nada, só copiar.
4- Lá, existe um diretor esportivo remunerado (já vou dizendo que no Brasil não existe esta pessoa com a competência necessária), ligado ao presidente, que comanda o futebol, com metas bem definidas e com a filosofia de jogo escolhida pelo presidente e VP’s (todos sem pasta definida). O DE vai propor uma estrutura do departamento de futebol e fazer as contratações da comissão técnica e, com esta, a contratação dos jogadores, tudo de acordo com o orçamento aprovado. O treinador é subordinado ao DE, que vai discutir com ele as estratégias de jogo, táticas, tipos de treinamento, escalações, etc. Qualquer assunto fora da sua alçada é discutido com o presidente
5- E dá pra fazer isso agora? Não é a época ideal, pois os principais campeonatos já estão começando. Mas qq outra alternativa paliativa terá o mesmo resultado das anteriores. Pode até ser que o JJ ou qualquer outro treinador que venha a assumir o futebol, consiga arrumar a casa provisoriamente, mas quando este for embora (demitido ou por vontade própria), tudo voltará à situação atual.
6- Eu sou a favor de trocar o modelo imediatamente (e entendo que a maior parte da torcida apoiará) e será um grande legado que o Presidente Landim deixará para o futebol do clube, juntamente com todos os títulos conquistados. Pode atrapalhar os planos de conquistas para este ano? Pode, mas o futuro será bem mais vitorioso e menos instável do que agora.