O Comitê Organizador da Copa América quer pagar R$ 1,750 milhão pelo aluguel do Maracanã, mantendo-o como exclusivo por dois meses. A dupla Flamengo e Fluminense, novo gestor do estádio, rejeita essa proposta alegando que o valor é baixo e o período de cessão excessivo. Há um impasse entre as partes, como noticiou primeiro “O Globo” e o blog confirmou.
Havia um contrato assinado entre o comitê da Copa América e a Odebrecht, antiga gestora do estádio. Nesse acordo, estavam previstas essas condições: o estádio ficaria exclusivo para uso do comitê da Copa América de 14 de maio até 10 de julho, com aluguel acertado acima. Pelos termos do acordos, a intenção seria preservar o gramado, embora o comitê nunca tenha informado a data exata do fechamento.
O valor de R$ 1,750 milhão é insuficiente para cobrir sequer um mês de despesas do Maracanã. Pela estimativa feita pelo governo estadual, o custo do estádio é de R$ 2 milhões por mês, mais os R$ 230 mil a serem repassados ao Estado.
Nesse cenário, a dupla Fla-Flu teria de bancar os custos sem poder utilizar o Maracanã por dois dos seis meses que tem a permissão. Por isso, fez uma contraproposta: um aumento de R$ 500 mil no aluguel do estádio, mais a manutenção dele aberto até o fim dos jogos do Brasileiro antes da parada da Copa América.
Há um Fla-Flu marcado para 8 de junho, isto é, os times não poderiam atuar no estádio no primeiro jogo em que este está sob sua gestão. Além disso, há outras partidas marcadas a partir do meio de maio, o que apresentaria prejuízo técnico e financeiro para os dois times.
O governo do Estado do Rio informou à organização da Copa América que deveria se entender com o dois novos permissionários. Há uma tentativa do comitê em pedir uma intervenção do governo alegando que se comprometeram com o torneio e que estão apertados os recursos para realização da competição.
No início, de fato, a Copa América do Brasil vinha enfrentando questões financeiras por conta de contratos antigos. Mas a venda de ingressos tem ido bem, foram obtidos patrocinadores. No geral, o torneio é altamente rentável. A última edição realizada nos EUA, em 2016, gerou uma receita de US$ 87 milhões (R$ 342 milhões), com despesas de US$ 71 milhões. Ou seja, a Conmebol teve lucro de US$ 16 milhões (R$ 63 milhões).
O Maracanã é o principal estádio do torneio e vai receber a final. Isso se sair um acordo entre a dupla Fla-Flu e o comitê organizador.
Vale citar que o Comitê Organizador da Copa América emitiu uma nota sobre o imbróglio:
“O Comitê Organizador Local não comenta sobre os números envolvidos nos contratos feitos com cada estádio. O planejamento e a negociação da gestão de cada um deles para a CONMEBOL Copa América Brasil 2019 envolvem valores condizentes ao nosso orçamento, composto por recursos 100% privados, e padrões previamente estabelecidos. Não há e nunca foi prevista na organização do torneio a utilização de verbas públicas de nenhuma esfera de governo. E, da mesma forma, o COL nunca invocou qualquer compromisso do Poder Público em relação ao Maracanã.
Atualmente, o Comitê Organizador Local ajusta com os novos concessionários do Maracanã os últimos detalhes para o uso do estádio.
O objetivo do Comitê Organizador Local é interferir o mínimo possível nas atividades dos clubes. Os estádios manterão suas atividades rotineiras e o gramado entrará em um período de preparação final para a competição, como acontece em qualquer grande evento de futebol. Ele será avaliado periodicamente até o início do torneio para darmos aos atletas a melhor condição técnica possível”.
Retirado de: Rodrigo Mattos