Contra o Grêmio, Jorge Jesus completou nove jogos oficiais pelo Flamengo e somou mais vitórias do que derrotas – são quatro triunfos e dois revés. O português veio para o lugar de Abel Braga, que deixou o comando do Rubro-Negro após sentir-se traído pela diretoria.
Segundo o ex-treinador, o presidente Rodolfo Landim havia entrado em contato com o mister antes mesmo de sua demissão. O ex-comandante lembrou, ainda, de sua postura quando foi chamado para substituir Dorival, no clube da Gávea.
– Aqui no Brasil, fui convidado duas vezes. Liguei pro treinador e disse que não ia pegar, mas que era bom ele ficar atento. Para o Dorival mesmo, no Flamengo, liguei dizendo que fui procurado pela outra direção. A direção que estava com o Dorival no Flamengo me ligou antes de contratar o Dorival. Falei pra ele que o outro grupo tinha me telefonado e pedi que ele me falasse do Flamengo. Tudo que ele falou se encaixou perfeitamente: um grupo muito profissional, muito fechado, muito disponível, que paga um preço muito alto, uma cobrança muito alta desse tempo sem conquistar coisas importantes. A cada ano, esse tipo de pressão aumenta. Por isso que falei: “Poxa, será que não vamos dar prioridade a uma competição?” Mas não. O termo era esse: ganhar tudo, ganhar tudo, ganhar tudo. Mas ganhar tudo é muito complicado -, disse.
O ex-comandante rubro-negro contou, em entrevista ao Globo Esporte, que conhece Jorge Jesus desde 1989 e revelou a última conversa que tiveram.
– A última vez que falei com o Jesus foi quando ele respondeu uma pergunta em Portugal para falar sobre o Wendel (ex-volante do Fluminense). Eu me dou muito bem com ele. Perguntaram por que o Wendel não estava ganhando mais minutos. Ele foi infeliz na resposta, disse “isso aqui não é Fluminense”. Eu imediatamente respondi. Ele me ligou para se desculpar e tentei passar para ele a grandeza que é o Fluminense. Ele falou que foi mal entendido. Conheço o Jesus desde 89, quando eu era treinador do Famalicão. É uma relação legal. Não somos amigos, óbvio, mas é um ótimo treinador -, contou.
Abel Braga comandou o Flamengo por cinco meses antes de pedir demissão. Nesta última passagem, o ex-técnico apresentou um aproveitamento de 62,4% – foram 32 jogos, 19 vitórias, oito empates e cinco derrotas. Neste período, foi campeão estadual após superar o Vasco da Gama.
Retirado de: Coluna do Fla