Dudu Nobre é um sucesso em cima dos palcos, mas é na arquibancada do Maracanã, torcendo pelo Flamengo, que ele se sente verdadeiramente em casa. Na noite de quarta-feira, o sambista de 45 anos foi mais um entre os milhões de rubro-negros que sofreram em frente à TV antes de vibrar como nunca com o empate em 1 a 1 diante do Internacional. Ele tinha só 10 anos na última vez que o clube chegou a uma semifinal de Libertadores.
— O coração transborda de alegria, sendo líder no Brasileiro, tendo a possibilidade de chegar à final na Libertadores, é um momento mágico — festeja o cantor, que assistiu à partida em casa, na Barra, fazendo um samba com amigos.
A felicidade de Dudu faz com que ele relembre seu passado. O sambista já foi integrante de torcida organizada: entrou com 12 anos e viajou o Brasil inteiro, segundo ele. Em 1991, na Argentina para ver o Flamengo jogar com o Boca Juniors, teve até que se apresentar na rua para conseguir dinheiro e prosseguir a viagem com o grupo.
— Agora brinco com meus amigos que não vou precisar tocar na Plaza de Mayo (em Buenos Aires) se o time for para a final — brinca ele, citando a decisão da Libertadores que será em 23 de novembro, em Santiago, no Chile.
Dudu comemora o sucesso de seus amigos da época de torcida organizada, hoje diretores do clube, e torce para que o clube conquiste os títulos que disputa em 2019.
— Fui crescendo como artista, mas me reconhecem desde aquela época. Marcos Braz… Tenho foto com o Cacau (Cotta). Não me meto em política, mas fico feliz com o momento. Como disse o Ronaldinho, “estão deixando a gente sonhar”.
Confira outras respostas de Dudu Nobre:
Quem te levava ao estádio? “Quem começou a me levar para o Maracanã, foi o meu padrinho de batismo, Wilson das Neves, um grande sambista, um dos grandes bateristas do Brasil”
Entrada para a Jovem do Flamengo: “Aconteceu naturalmente, frequentava arquibancada, virei diretor da torcida, nunca escondi de ninguém a paixão que tenho pelo time. Hoje sou sócio hononário do Flamengo, frequento a Gávea quando posso e também vivo pelo Mengão”
Contato com o Flamengo: “Eu lembro quando teve a apresentação do Ronaldinho Gaúcho, foi uma parada muita maneira. A Gávea tomada de gente, a galera pediu que eu ficasse de apresentador pelo respeito que as torcidas tem comigo, são momentos que são bem bacanas”
Ano do Flamengo: “Além desse ano que está sendo muito bacana pra gente, é uma reta final que me lembra a de 1981. A final entre Flamengo x Liverpool, eles nem sabiam quem era Flamengo direito. Eu, que viajo para fora do Brasil, tenho uma carreira bem consistente na África, todo ano vou pra África, para Portugal, as pessoas viram para mim e falam do Jorge Jesus. Nesse futebol globalizado, o Flamengo está chamando atenção”
Sobre compôr a música em homenagem às vítimas do Ninho: ” É muito sentimento junto, a gente acaba tendo acesso a muita coisa. A gente vê a boa intenção das pessoas que estão no Flamengo, querendo fazer o melhor. Eu fico triste por não ter uma solução para isso, muito mais por causa de advogados que pelo Flamengo. Realmente é um ano que tem sido um carrossel de emoções”
Retirado de: Extra