O sucesso em campo, com títulos, e a grande capacidade de investimento do Flamengo fazem com que o clube da Gávea seja visto como exemplo de reestruturação e reorganização por diversos clubes no Brasil. O ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, que comandou a “revolução” feita no Rubro-Negro – nas palavras do próprio dirigente em entrevista ao LANCE! – a partir de 2013, diz ter sido procurado por vários dirigentes de clubes brasileiros, mas descartou a possibilidade de assumir cargos nos rivais cariocas, por exemplo.
De acordo com Bandeira de Mello, há torcedores e dirigentes botafoguenses, tricolores e vascaínos capazes de conduzirem os respectivos clubes a boas gestões. Se colocando na “contramão” da governança do futebol brasileiro, o ex-presidente do Flamengo, contudo, afirma que jamais se negará a conversar e ajudar qualquer dirigente que o chame, assim como foi ajudado quando assumiu o cargo no Rubro-Negro.
— Muita gente me procura informalmente. Eu converso. Muita gente me ajudou enquanto eu estava na presidência do Flamengo, conversei com muitos dirigentes que me ajudaram. Não vejo problema nenhum. Mas, agora, falam, por exemplo, que eu poderia trabalhar no Botafogo. Eu não vou trabalhar no Botafogo porque sou Flamengo. Não apenas nos rivais do Rio. Tenho vários amigos botafoguenses, tricolores, vascaínos que têm amplas condições de chegarem lá e fazerem bons trabalhos. Não precisam de mim, mas conversar, ajudar, eu jamais vou me negar. A governança do futebol brasileiro é algo que eu posso ajudar muito, mas estou na contramão. Considero uma vergonha nossas entidades de administração do esporte, e acho que, assim como o Flamengo tinha 40 milhões de torcedores para dar exemplo, o Brasil tem 200 milhões de pessoas para dar exemplo e, infelizmente, o futebol brasileiro é extremamente mal gerido do ponto de vista ético e moral. Esse tipo de coisa eu poderia ajudar, mas ninguém quer que eu ajude – afirmou Bandeira de Mello.
Retirado de: Lance