Além da própria Supercopa do Brasil em si, o duelo entre Flamengo e Athletico-PR no último domingo trouxe mais uma novidade para o futebol brasileiro: o VAR remoto.
Comandado da sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, o árbitro de vídeo atuou a mais de 1.100 km de distância do Mané Garrincha, palco da partida e do título do Rubro-Negro carioca. Agora, após o primeiro teste, a CBF pretende aprofundar os estudos nos próximos meses para avaliar a viabilidade para a utilização no Campeonato Brasileiro.
Segundo a CBF, graças a fibra óptica, a diferença de tempo entre o que acontecia em campo e o que aparecia nas telas do VOR (Sala de Operação de Vídeo), no Rio de Janeiro, era de 17 milissegundos. Tecnologia semelhante foi utilizada na Copa do Mundo da Rússia, em 2018. A comunicação entre Wilton Pereira Sampaio, que estava no campo, em Brasília, e Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral, na sede da entidade, também ocorreu sem problemas.
Apesar de ser o desejo da entidade e de considerar que o VAR remoto passou no teste do primeiro jogo, a CBF mantém os pés no chão quanto a sua utilização no Campeonato Brasileiro e a partir das oitavas de final da Copa do Brasil.
— Ainda é precoce para falar (sobre utilização no Brasileiro). Queremos ter segurança total antes de colocar em prática. É uma questão de confiabilidade e queremos ter 100% de confiança antes disso, para ter tranquilidade. Porque uma coisa é você ter um problema na cabine do VAR de um estádio. Outra é ter em um prédio e dar problema no VAR em todos os jogos da rodada – disse, ao LANCE!, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba.
Uma das soluções estudadas e que pode ser utilizada para não sobrecarregar o sistema na sede da CBF é conectar a fibra óptica para outra cidade, além do Rio de Janeiro.
— O mais importante foi que esse jogo aconteceu e provamos que é possível, que o Brasil tem tecnologia para fazer isso – comemorou Gaciba.
Ainda estudando valores do custo de toda a operação do VAR remoto para, por exemplo, dez partidas de uma mesma rodada do Brasileiro, a CBF ainda vai precisar convencer os clubes para aprovar a utilização na competição. Para Gaciba, inclusive, é possível que nova tecnologia seja mais cara para os envolvidos. Por isso, ele prefere valorizar a questão técnica de ter toda a operação centralizada em um só lugar.
— Ainda não dá para falar em economia, porque podemos economizar com viagens dos árbitros, mas temos os gatos com a tecnologia, com a fibra. É possível até que se tenha um custo maior. Mas com certeza há um ganho técnico, com todos trabalhando juntos no mesmo local.