De cabeça erguida e com apoio dos companheiros – refletido também em palmas e gritos do treinador Miguel Ángel Ramírez -, Luis Segovia saiu do Maracanã frustrado, porém encantado com a atmosfera que viveu. Quando era criança viu a LDU vencer o Fluminense nos pênaltis, em casa, pela televisão. Nesta noite de quarta-feira, contra 70 mil pessoas, errou ao cabecear para trás e encobrir Pinos, no rebote que Gabigol abriu o placar. Mas já é passado.
— Não consegui o que queria (hoje), mas é um sonho realizado e um objetivo de voltar – comentou o jogador na saída do estádio.
Segovia, que jogou o pré-olímpico pelo Equador, quer enfrentar novamente o Flamengo de Bruno Henrique e Gabigol. Como seus companheiros definem, o atacante Torres e o zagueiro Schunke, não se pode dar espaço aos rubro-negros. Os times estão no mesmo grupo na Libertadores.
— Creio que hoje em dia o Flamengo é sim o melhor da América do Sul. Demonstrou isso no campo. Nós tivemos chances de marcar, se fizéssemos o gol de empate a história poderia ter sido outra, mas isso é o futebol. O Flamengo mostrou seu poder, com sua torcida. Para mim foi algo muito incrível jogar nesse estádio com tanta gente, com Bruno Henrique em Quito e agora com Gabi aqui em Maracanã – disse o jovem zagueiro. – Vamos ter uma revanche. O mais lindo do futebol é que se tem uma revanche na próxima esquina. Para mim vai ser histórico voltar ao Brasil, ao Maracanã, enfrentar essa equipe. Obviamente que queremos fazer história aqui.
Segovia disse que recebeu apoio total dos companheiros, que são como família para ele. Foi uma jogada “fortuita”, definiu. E que não mudou a atitude da equipe do técnico espanhol Miguel Ángel Ramírez, um comandante marcante na breve carreira do equatoriano.
— Nós sempre tratamos sempre de jogar, de não rifar a bola e esperar o adversário voltar com ela. Isso nos ajudou muito, porque sabíamos das características do Flamengo. Tinha o Gabriel, que é um jogador muito hábil e muito rápido, com uma canhota muito perigosa, então jogando de igual por igual por baixo podemos superar muitas linhas e tratar de atacar nosso rival.
Quem esperar por mudança de estilo de jogo do Independiente no retorno ao Maracanã vai se surpreender. Segovia conta que Miguel Ángel passa todas instruções para a equipe jogar no campo do adversário, sem ficar apenas se defendendo.
— Para mim é grande a diferença de tê-lo como treinador. Tive vários treinadores na minha carreira e Miguel Ángel que é o que mais dá é confiança em fazer o estilo de jogo que temos. Não rifar a bola. Jogamos sempre pelo chão, bom trato com a bola, com movimentos que preparamos durante as jogadas. Temos um corpo técnico que analisa muito o rival e podemos ver as debilidades e forças de cada um.
Retirado de: Globo Esporte