Corona vírus interfere no futebol mundial

Lateral Rafinha durante uma partida do Flamengo (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

O Flamengo estuda a possibilidade de jogar com portões fechados. A CONMEBOL adia rodada completa de torneios sul americanos – inclusive eliminatórias da Copa do Mundo – campeonatos espanhol e italiano paralisados. A epidemia está interferindo em diversos esportes e com o futebol não seria diferente.

No Brasil, as competições seguem inalteradas. Jogos da Copa do Brasil, Copa do Nordeste e estaduais estão acontecendo, com público presente, mas ninguém sabe até quando. Grêmio e Internacional se enfrentaram pela Copa Libertadores, na noite da última quinta, mas pode ser que tenha sido o último jogo do torneio continental em um tempo indeterminado.

Saúde pública é um assunto muito sério, mas os analistas já começam a estudar o impacto financeiro que estas ações vão causar no mercado futebolista. Sem contar nas perdas esportivas, com atletas perdendo condicionamento físico – as entidades de saúde pedem que até mesmo treinar ao ar livre seja evitado – e ritmo de jogo.

Como times menores vão conseguir pagar os salários de seus atletas e funcionários sem a renda da bilheteria? Entidades melhor administradas, como o Flamengo, Palmeiras, Grêmio e outros terão menos impacto, mas os prejuízos financeiros podem ser catastróficos, a depender da equipe.

O futebol movimenta volumes financeiros gigantescos, em alguns casos comparáveis a prêmios lotéricos acumulados, em apenas um mês. Como “driblar” esta dificuldade? Ninguém ainda sabe o que fazer, até porque o impacto que a pandemia vai causar está apenas em nível teórico, com somente a Itália servindo de (péssimo) exemplo.

A China, onde tudo começou, mesmo com uma população muito maior, vem debelando a enfermidade com bastante sucesso, o número de infectados vai caindo todos os dias e a vida já começa a entrar novamente nos eixos de normalidade, em pouco tempo. Estaria o Brasil preparado também?

A maioria dos clubes segue com suas programações inalteradas, apostando em manifestações controladas da doença. Os jogadores continuam treinando e a previsão otimista diz que as únicas medidas a serem tomadas seriam realmente a realização de jogos com portões fechados, apenas para prevenir a propagação do vírus.

O receio é de que a associação sul americana de futebol não tome as providencias a tempo, já que ela não é conhecida pela competência e celeridade em suas ações. A CONMEBOL diz que vai ajustar o calendário na medida em que a situação de saúde pública evoluir, já que “neste momento é prioridade salvaguardar a saúde de toda a família do futebol sul-americano”.

Esportivamente falando, o cenário continua praticamente inalterado. O Flamengo dando aula de futebol, enfrentando bons adversários com tanta superioridade que faz com que eles pareçam fracos, o São Paulo começa a demonstrar uma evolução em seu futebol.

O Grêmio jogou e não apresentou grande melhoria, ao contrário de seu adversário Inter, que surpreendeu. O Palmeiras mostra-se muito irregular, até o momento, não se sabe se conseguirá apresentar um futebol expressivo no decorrer do campeonato. E o Athletico-Pr procura encontrar seu espaço na competição.

A maior preocupação do mundo esportivo continua a ser a realização – ou não – dos jogos olímpicos de Tóquio. Nunca antes uma Olimpíada foi adiada, apenas cancelaram aquelas que aconteceriam nos períodos de guerras mundiais. Toda a preparação pode ser alterada ou anulada.

Os atletas continuam com seus planejamentos até segunda ordem, que segue sendo adiada o máximo que for possível, vide o prejuízo impossível de ser calculado, caso ocorra o adiamento dos jogos. A população do planeta fica sem saber o que vai acontecer, esperando os burocratas tomarem uma decisão sobre a possível realização do evento. Não há nada o que se possa fazer…