Após ficar internado por uma semana depois de testar positívo para o coronavírus, Maurício Gomes de Mattos, vice-presidente de Embaixadas e Consulados do Flamengo, teve alta do Hospital Santa Luzia, em Brasília, na última sexta-feira. Em entrevista para o portal “Coluna do Fla”, o dirigente revelou a aflição em contaminar outras pessoas, além dos sintomas que a doença lhe causou.
“Quando soube que estava infectado, o meu principal receio foi contagiar outras pessoas. Fiquei com medo de ter passado isso para alguém do Flamengo, mas não só do clube, para qualquer outro ser humano. Fiquei constrangido por poder ser o transmissor de algo assim. Isso deixa com um peso. A gente precisa ter responsabilidade, é um exercício de amor, para preservar mais gente.”, disse.
A confirmação da diagnóstico causou preocupação na clube. Em fevereiro, o VP viajou pela Europa com o presidente Rodolfo Landim e Gustavo Oliveira, vice de comunicação, além de ter acompanhado o time na partida contra o Junior Barranquilla, na Colômbia.
“Eu cheguei de Madri e logo na chegada, já estava sentindo um resfriado normal, gripe, um pouco doente. Fui a um hospital. Também comecei a ter tosse, mas a respiração estava bem, muito bem. Mas o hospital solicitou um exame de coronavírus. À noite, comecei a me sentir mal e meu quadro piorou.”
Mattos revelou que não teve conato com pessoas que apresentaram sintomas da doença e fez um alerta para o perigo da contaminação.
“Antes de ter sido diagnosticado com a doença, não tive contato com pessoas que apresentaram sintomas. É uma doença que você pode pegar até no trem. Nos lugares que eu fui, não vi nada demais. Pessoas muito bem. Visitei Real Madrid e Barcelona, tive vários contatos. Mas a forma de contágio não faz muita diferença, o importante é saber se prevenir.”
“É uma doença perigosa. No meu caso, por exemplo, em 48 horas mudou tudo. Se eu não tivesse acompanhamento médico, já tendo 58 anos, eu teria uma situação complicada. Respeitar a quarentena, ficar em casa. Nada de ir para bar, restaurante, praia, porque aí é que está o problema. Um se contamina e vai passando para os outros. Precisamos pensar no próximo e compreender a seriedade dessa pandemia.”
Veja outras respostas:
Durante a internação, você recebeu mais informações sobre o tratamento?
O tratamento seria em casa, não no hospital. Eu fui para o hospital por conta da pneumonia.
Após uma semana, veio o alívio de estar saindo do hospital. Consegue definir essa sensação?
A sensação de receber alta é de liberdade, mas também de responsabilidade. Quero dizer do que eu estou passando para as embaixadas. Vou encaminhar uma circular, para entrar num processo de conscientização, via web, Whatsapp e demais redes sociais. Esse vai ser um trabalho das embaixadas e consulados, tenho feito esse pedido especial.
Depois que sair do hospital, quais são as recomendações que você terá que seguir?
Eu não recebi nenhuma orientação específica após sair do hospital, mas devo ficar de quarentena e seguir as demais indicações que têm sido passadas a todos.
E agora: qual recado você manda para a Nação, que esteve mandando apoio nos últimos dias, em meio ao momento delicado?
Eu me emociono ao falar disso. Eu recebi várias mensagens em Whatsapp, veículos, redes sociais… Foi inimaginável. Nós temos que valorizar as nossas vidas. O meu olhar e responsabilidade pelo bem social aumentaram. O ser humano hoje tem que olhar para o próximo. Nesses momentos que vemos o quanto somos frágeis.
Retirado de: O Dia