Fiz um gol num 3 a 3 na Sul-Americana, que nos deu a vaga para a semi. Foi contra o Fluminense. Perdíamos por 3 a 1. Esse gol foi sem dúvida o mais marcante, lembrando também do primeiro, que a gente nunca esquece.
Titular do Flamengo e campeão dos cinco títulos da equipe com Jorge Jesus, Willian Arão deu a volta por cima no clube. Em entrevista ao canal do Zico, o meio-campista relembrou os momentos difíceis com a camisa rubro-negra.
Durante o bate-papo com o Galinho, o camisa 5 afirmou que chegou a ser perseguido em momento de forte crítica da torcida. Mesmo assim, ele garantiu que todo um trabalho mental foi feito para mostrar que tinha qualidade.
“Até 2017, a gente chegava nas finais. Perdemos na Sul-Americana e Copa do Brasil. Sabíamos que estávamos perto, mas a cobrança é do Flamengo. Em 2018, me machuquei e o time ficou jogando e eu fora. Foi quando começou muita gente falando que eu não prestava, que não valia mais, que estava mal”, afirmou Arão, que completou:
“Eu falava: “Como assim? Tenho consciência de reconhecer a crítica e melhorar”. Mas quando se trata de perseguição a gente tenta manter a cabeça no lugar, fui muito tranquilo, nunca pensei em sair do Flamengo, chegaram propostas. Eu falei que só iria sair se o Flamengo não me quisesse”, explicou.
Neste período, Arão revelou que o desejo dos treinadores foi fundamental também para a permanência. Segundo ele, a volta por cima com Dorival Júnior, no fim de 2018, não foi suficiente, já que o período de turbulência duraria até o meio de 2019.
“Os treinadores contavam comigo. No final de 2018, com o Dorival, voltei a jogar e o time teve um crescimento, fiz gols. Terminei bem o ano. A gente ficou em segundo no Brasileiro. Em 2019, volta tudo. Contrataram estrela, a torcida queria que todo mundo jogasse e sobra para o Arão. Eu aprendi que mesmo mal você precisa estar com o mental no meio. Ao contrário também, no fim do ano passado estávamos em alta, mas minha cabeça está no meio. Mantive o equilíbrio”, disse o jogador, relembrando o clássico “Tá mal, Arão”, de Jorge Jesus no primeiro jogo-treino à frente do Flamengo.
“Depois do amistoso, o pessoal achou que o Arão iria sair, até o treinador falou que ele estava mal. Mas ele (Jorge Jesus) me explicou movimentação. Eram 10 dias de trabalho, no calor do jogo você esquece uma hora ou outra. Eu tive a oportunidade e iria dar a minha vida. Aproveitei, não dei brecha e vou continuar assim. A minha formação foi toda de primeiro volante, só no Botafogo me tornei segundo. Ele me pedia muitas coisas que eu não sabia, nenhum treinador pediu. Eu falei que iria abraçar e que poderia fazer muito bem. Abracei a ideia, o time todo, todo mundo cresceu”, finalizou.
Retirado de: Fox Sports