A retomada gradativa do futebol no país, com a volta aos treinos no início de maio, rende preocupações entre os jogadores. Presidente da Federação Nacional de Atletas Profissionais (Fenapaf), Felipe Augusto Leite detalhou como tem sido a conversa com a entidade máxima do futebol brasileiro sobre o retorno em meio à pandemia do novo coronavírus.
— Fizemos ontem (quarta-feira) uma reunião em videoconferência com a CBF e estamos esperando o envio do protocolo do Ministério da Saúde e também da entidade para sabermos se os atletas terão condições de segurança para trabalhar – afirmou, ao LANCE!.
Leite destacou o que aflige os atletas em relação à retomada.
— Olha, por mais que os jogadores tenham vontade de retornar ao trabalho, muitos deles são jovens, pais de família e se sentem inseguros diante do que vem acontecendo neste pandemia. Eles têm medo de sair para trabalhar e acontecer de levarem o vírus para a casa, contaminando a esposa, os filhos… – afirmou.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira confirmaram que 85.380 pessoas foram diagnosticadas com o novo coronavírus. O índice de mortos chegou a 5.901 pessoas.
Em reunião durante esta semana, os clubes decidiram não prorrogar as férias, dando margem para o retorno aos treinos. Além disto, a CBF sugeriu que as federações estaduais tentassem viabilizar com as autoridades de cada local um retorno das respectivas competições em 17 de maio. De acordo com o presidente da Fenapaf, os atletas são categóricos sobre o retorno dos estaduais.
— A posição dos atletas será acatar o que diz a medicina e também ir de acordo com cada autoridade. Não importa que a volta às competições aconteça em junho, julho, desde que deem prioridade à saúde e à integridade deles… – e, em seguida, avaliou a volta aos treinos no começo de maio:
— Há atletas que ainda estão sem saber com clareza como acontecerá este retorno. Se é com grupo reduzido, treino em dois períodos… – completou.
Felipe Augusto diz que o novo coronavírus tende a requerer ainda mais atenção quanto às condições de trabalho às quais os atletas são submetidos pelo país afora.
— Nós vivemos uma realidade no Rio e em São Paulo que difere bastante de outros estados. Estádios como o Maracanã, Morumbi, têm jogos com estrutura e várias ambulâncias, enquanto em outras regiões vêm acontecendo partidas até mesmo com ambulância sem desfibrilador. Que segurança eles vão ter para trabalhar? Precisamos de garantias de segurança em relação ao novo coronavírus para todos. Eles estão prezando pela vida – frisou.
Retirado de: Lance