Depois de anunciar o acordo com jogadores para redução salarial de 25% em maio e junho, o Flamengo arregaça as mangas para acertar a outra prioridade: a manutenção do técnico Jorge Jesus.
O Mister e sua comissão técnica, apesar de não constar na nota oficial do clube, também devem entrar no mesmo patamar de redução dos atletas, embora tenham outro modelo de contrato.
A questão é que o vínculo do treinador é válido apenas até 20 de junho. E a ideia rubro-negra é de que o novo acordo ocorra, inicialmente, sem o reajuste salarial pretendido pelo técnico.
Quando partiu para Portugal no fim de março Jorge Jesus já tinha aberto conversas com o Flamengo via um de seus representantes, Bruno Macedo, que esteve no país e retornou à Europa com o técnico. Depois dos reajustes dados a Gabigol, Bruno Henrique e Everton Ribeiro com novos contratos, o clube entendia que o treinador era a bola da vez para ser valorizado pela campanha de 2019.
A compreensão do comandante era a mesma, mas ele indicou uma pedida 50% maior do que os vencimentos firmados em junho do ano passado. O pedido assustou o Flamengo, que viu como inviável, mas se dispôs a continuar a negociação. E acenou com um reajuste mais modesto, no limite de seus cofres. Mas a pandemia do coronavírus ditou um novo cenário.
Depois de entender ser necessário demitir 62 funcionários e também reduzir os vencimentos do futebol em 25% em meio ao caos mundial, a ideia é oferecer um contrato até o fim de 2021 a Jorge Jesus nos mesmos padrões do atual.
Os ajustes ficam por conta da margem do euro, com tarifas mínima e máxima, a constar no acordo e também nas bonificações por conquistas, já presentes atualmente. Em junho de 2019 o euro estava cotado em R$ 4,40, enquanto hoje está na casa dos R$ 6,02.
Desde o início as partes já reconheceram, publicamente, que a dificuldade para o acerto se devia ao lado financeiro. Antes de embarcar em Portugal, na volta ao Brasil, Jesus admitiu que a pandemia alterou o seu pensamento.
O técnico entende a necessidade de reajuste geral da economia do futebol e voltou do país natal, segundo pessoas próximas, com disposição para permanecer mais tempo no Brasil, onde considera ter capacidade esportiva de continuar a disputar títulos e se diz “acarinhado” a cada grito de Mister nos jogos no Maracanã. As partes, no entanto, evitam qualquer comentário público neste momento.
Retirado de: ESPN