A prefeitura do Rio de Janeiro reforçou nesta quarta-feira a negativa para o Flamengo voltar a treinar no Ninho do Urubu. Depois de realizar duas baterias de testes, parte do grupo fez trabalhos no campo, acompanhados de membros da comissão técnica. O encontro teve a participação, no início da reunião virtual, do prefeito Marcelo Crivella e reuniu membros do comitê técnico montado pela prefeitura para combater o coronavírus na cidade.
Além da secretária municipal da Saúde, Ana Beatriz Busch, também participaram da reunião o novo secretário de saúde do estado, Fernando Ferry, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, Sylvio Provenzano, mais os infectologistas Rafael Galliez e Celso Ramos Filho, da UFRJ, e o virologista Amilcar Tanure, também da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
— O médico do Flamengo fez uma explicação, falou bastante, mas a resposta é clara: não há autorização. Apenas fisioterapia, pois é tratamento – comentou o infectologista Celso Ramos Filho.
— Não estamos em situação de abrir. Os casos são exponenciais. Ontem (terça) foram 1.179, hoje mais de 800. Aqui no Rio não se vê mitigação desse número nos próximos 30 dias. A curva está subindo. É o momento de sinalizar que a gente vai abrir e vai voltar o futebol? Daqui a pouco alguém vê o Flamengo treinando e vai querer voltar a jogar pelada. Neste momento não há o que fazer.
A secretária municipal de Saúde no Rio questionou Tannure sobre os contatos com os dirigentes do Flamengo. Comentou que consegue falar com todos os presidentes de clubes do Rio, menos com Rodolfo Landim, presidente do Flamengo.
No encontro, Tannure ouviu as alegações e assentiu sobre o Flamengo não voltar a treinar. Ele chegou a comentar que o Flamengo estaria sendo punido por ter estrutura superior a outros clubes. A secretária de saúde do Rio explicou que não há punição, pois todos os clubes devem acatar a determinação de suas autoridades sanitárias.
Infectologista deixou grupo de trabalho da Ferj
Celso Ramos Filho chegou a participar de duas reuniões com a FERJ e os clubes para a confecção do protocolo – que terminou não assinando -, mas deixou as reuniões e não assinou o documento final, de nome “Jogo Seguro”.
— Fui convidado e participei de duas reuniões. Continuei sendo chamado, mas não compareci mais. Não é ético eu falar sobre o que foi feito, pois participei antes, mas não assinei o documento. Foi assinado por médicos de clubes – disse.
Retirado de: Globo Esporte