Desde que retornou às atividades no Ninho do Urubu, o Flamengo divulga toda segunda-feira os resultados dos testes de Covid-19 que vem aplicando em jogadores e comissão técnica com frequência. Nas últimas duas semanas, ninguém teve resultado positivo. Um sinal de alívio no clube, mas que ainda gera cautela por toda a conjuntura envolvendo a pandemia de coronavírus – não há, no atual modelo, como eliminar totalmente o risco de uma contaminação.
Dentro do protocolo elaborado pelo clube, ficou estabelecido que jogadores e comissão serão testados duas vezes por semana. São dois tipos diferentes de exames:
Neste sistema, o resultado do RT-PCR sai na segunda-feira, junto com o teste rápido. O exame sorológico é visto pelo Flamengo como uma espécie de confirmação do que mostram os resultados do RT-PCR. Só depois destas duas checagens, o clube divulga os resultados.
Além disso, todos os dias os jogadores e funcionários têm a temperatura verificada e passam por um oxímetro, que detecta a quantidade de oxigênio no corpo. Antes de tudo isso, respondem a um questionário, elaborado pelo fisiologista Lucas Albuquerque, com diversas perguntas, entre elas:
Em caso de resposta positiva, a pessoa sequer entra no Ninho do Urubu. Independentemente da resposta sobre a febre, o departamento médico faz a checagem posteriormente. Os jogadores também recebem semanalmente uma máscara de proteção individual para que possam usar ao longo dos dias.
O Flamengo entende que seu protocolo está acima da média do apresentado entre os demais clubes do Brasil. Mas há a percepção de que, mesmo assim, não é infalível, até porque os jogadores têm folgado no fim de semana e o clube entende que não tem como controlar a vida dos atletas neste período.
O caso do meia Diego, por exemplo, é simbólico: o jogador quebrou a quarentena no fim de semana e postou uma foto com uma bicicleta na praia. Depois, apagou a imagem e pediu desculpas. Seu caso tornou-se público e ganhou repercussão.
Diego treinou normalmente na segunda-feira – seu teste sorológico não apontou qualquer problema. A questão é que os testes rápidos são mais eficazes a partir do 14º dia de contágio. No caso do meia, seria grande a chance de testar negativo mesmo se tivesse sido contaminado no fim de semana. Somente na sexta, com o RT-PCR, será possível ter um quadro mais detalhado.
Segundo Hélio Magarinos, diretor médico do laboratório Richet, há um risco de contaminação caso qualquer jogador tenha sido contaminado durante o período fora do clube, mesmo que o teste rápido de segunda-feira não mostre isso.
— Tem risco, mesmo ele estando assintomático. Em torno de cinco dias antes de aparecerem os sintomas, ele pode começar a transmitir. Neste período, é muito difícil o teste dar positivo, tem menos de 50% de chance – explicou o médico.
Por causa desta possibilidade, o protocolo do Flamengo tenta limitar o risco ao dividir os jogadores em grupos de trabalho, além das demais medidas presentes no plano de ação.
Nos primeiros testes realizados pelo Flamengo, 38 pessoas entre jogadores, funcionários, comissão técnica e familiares tiveram resultado positivo para a Covid-19. Ao todo, quatro atletas foram contaminados pelo vírus e precisaram passar por quarentena. Atualmente, não há casos positivos no futebol do clube.
Retirado de: Globo Esporte
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