Em cinco anos, Flamengo só não abriu diferença bilionária para três rivais

Rodolfo Landim durante entrevista coletiva na Gávea (Foto: Agência Foto BR)

Na soma, desde 2015, o Flamengo faturou R$ R$ 380 milhões a mais que o Palmeiras, R$ 873 milhões a mais que o Corinthians e R$ 982 milhões a mais que o São Paulo. É o que mostra estudo da consultoria EY divulgado nesta semana, ao qual o portal ‘ESPN’ teve acesso.

De 2015 para cá, o Fla tirou da teoria o apelido de “Maior do Brasil” e vem mostrando sua supremacia nos números para além do gramado e das arquibancadas.

Na soma do período, o clube rubro-negro obteve mais de R$ 3 bilhões de receitas totais (3.008.000.000,00). Na sequência, vêm Palmeiras, com 2,61 bilhões, e Corinthians, com R$ 2,13 bi.

Do quarto clube no ranking, o São Paulo, que faturou R$ 2 bilhões (R$ 2.016.000.000,00), o Flamengo já abriu praticamente R$ 1 bilhão de vantagem. O quinto é Grêmio, com faturamento acumulado de R$ 1,8 bi.

Simplificando, isso significa dizer que entrou R$ 1 bi a mais nos cofres da Gávea, em relação aos do Morumbi, nos últimos cinco anos. E R$ 1,2 bi em relação aos do Tricolor Gaúcho.

A liderança flamenguista tem como grande âncora o fato de o clube ter fontes diversificadas de receita com bom rendimento, aliadas à equalização dos débitos.

Mas é nos direitos de transmissão e premiações que o clube carioca calca a maior parte de sua diferença de arrecadação para os demais.

Em 2019, essa categoria gerou para o clube R$ 329 milhões. O valor arrecadado pelo Rubro-Negro apenas nesse quesito já é maior do que as receitas totais de Cruzeiro, Fluminense, Vasco, Botafogo e Bahia no último ano

Desde 2015, o Flamengo foi o único clube a arrecadar mais de R$ 1 bilhão nessa fonte de receita (R$ 1,2 bi) – cerca de R$ 300 milhões acima do realizado pelo Corinthians (R$ 886 milhões), o segundo.

Disparidade

Foi o Athletico-PR, quem apresentou o maior superávit de 2019 (R$ 63,4 milhões). Mas o valor do Flamengo (R$ 62,9 milhões), além de quase igual, já foi mais que o dobro do terceiro colocado, o Santos (R$ 24 milhões).

O Flamengo tem superávit acumulado de R$ 563 milhões desde 2015. O clube carioca apresentou resultados positivos em todos os anos.

O Palmeiras, em segundo, tem R$ 190 milhões – teve um 2019 ruim, com apenas R$ 1,8 milhão de superávit. Mesmo assim, o Alviverde ainda sugere poder fazer frente ao rival do outro lado da Ponte Aérea, por sua capacidade de geração de receita e sua dívida controlada.

Mas o Corinthians, com uma dívida já bastante preocupante, se desgarra cada vez mais dos dois primeiros. O Alvinegro, junto com o São Paulo, que apresentavam as maiores receitas no início da década, tem cada vez menos fôlego.

Em 2019, ambos já tiveram arrecadações totais inferiores às de Internacional e Grêmio, clubes gigantes esportivamente, mas com apelo e concentração de torcedores/consumidores regionais

Um outro exemplo do distanciamento que o clube carioca pode conseguir dos rivais é a diferença entre suas receitas e as do Ceará (R$ 98 milhões) no último ano.

São R$ 852 milhões a mais para os cariocas – ou quase 10 vezes. E ambos estiveram na Série A em 2009.

Receita Recorrente e Bilheteria

O Flamengo apresentou também a maior receita recorrente – que não computa vendas de jogadores – em 2019, com R$ 651 milhões. Nesse recorte, o Palmeiras ficou a R$ 120 milhões dos cariocas.

Outro destaque do Flamengo no último ano foi o faturamento de Matchday, com R$ 175 milhões. Tais valores incluem bilheteria, sócio-torcedor e faturamento com vendas dentro dos estádios em dias de jogos.

O Palmeiras, com R$ 108 milhões, perdeu também neste quesito, pontualmente. Mas já vem faturando acima de R$ 100 milhões desde 2015. No acumulado, o Alviverde arrecadou mais que o Flamengo desde 2015: R$ 596 mi a R$ 513 mi.

Em 2019, o Flamengo só perde para o Palmeiras na análise de receita comercial: R$ 135 milhões a R$ 105 milhões.

Já são três anos consecutivos que o clube paulista arrecada mais de R$ 100 milhões nessa fonte de faturamento, que computa os patrocínios.

Nesse quesito, o Alviverde (R$ 545 milhões) também tem a maior soma desde 2015, cerca de R$ 50 milhões acima do realizado pelo Flamengo (R$ 493 milhões), o segundo:

Transferências de jogadores e diminuição da dívida

O Flamengo é o segundo clube que mais arrecadou com vendas de jogadores nos últimos cinco anos, com R$ 572 milhões. Foi em 2019, após faturar R$ 300 milhões nessa fonte de receita, que o Flamengo atingiu a vice-liderança, mas ainda atrás do líder São Paulo, com R$ 671 milhões.

Diante de tudo isso, é difícil assimilar que, até 2013, o Rubro-Negro tinha o maior endividamento líquido entre os clubes brasileiros. Em 2012, o montante devido bateu R$ 800 milhões.

Foi no ano seguinte, em 2013, que assumiu o clube, Eduardo Bandeira de Mello. Em 2014, a dívida já cai para R$ 700 milhões. E, em 2015, vem a adesão ao Profut, que permitiu o parcelamento de dívidas governamentais com generososos descontos e condições de juros.

E o resto já é história – que tem tudo para ir se tornando cada vez maior.

Retirado de: ESPN