No Flamengo, a grama do próprio jardim vai continuar mais bonita que a do vizinho. E Jorge Jesus foi informado disso.
A analogia ajuda a explicar a decisão do departamento de futebol de não investir em reforços enquanto o clube seguir com cortes na folha salarial por conta da pandemia do coronavírus. Algo que ficou claro nas negociações para renovação de contrato do Mister.
A possibilidade só será discutida em caso de necessidade de reposição, e com a utilização de apenas parte dos valores da eventual venda. O Flamengo sabe que diante do cenário que se apresenta no mercado qualquer contratação sem custos é utópica.
A preocupação da diretoria é de não causar desconforto com funcionários e, principalmente, jogadores, que sofreram redução de 25% da remuneração para equilíbrio de caixa. No caso dos atletas, houve ainda adiamento do pagamento dos direitos de imagem para a partir de 2021.
As conversas com o elenco foram conduzidas pelo vice-presidente de futebol, Marcos Braz, que já refutou internamente a possibilidade de contratações como forma de respeito ao trato estabelecido. Em participação no “Bem, Amigos” da última segunda, Rodolfo Landim endossou a decisão:
— O Flamengo não irá procurar nenhum jogador no mercado. Não faz sentido eu tentar reduzir o salário de um atleta do meu elenco nessa pandemia e ir atrás de novos reforços – disse o presidente.
A crise econômica que vem a reboque da pandemia impactou diretamente também os valores colocados na mesa com Jorge Jesus. O contrato de um ano foi assinado praticamente nas mesmas bases do acordo de 2019, por cerca de 4 milhões de euros. Longe do reajuste desejado no início da negociação, em março, pré-explosão da Covid-19.
Com os reforços contratados no início do ano, a lateral direita é a única posição apontada como carente. O próprio Jorge Jesus deixou claro em entrevista que seria necessária a chegada de uma opção para reserva de Rafinha.
A realidade, no entanto, aponta para buscar alternativas dentro do próprio clube. Atualmente, o Mister tem à disposição João Lucas, que não empolga, e Matheuzinho, destaque na base, mas que ainda não foi integrado definitivamente aos profissionais.
Com terreno fértil e dinheiro escasso, é melhor Jorge Jesus regar a próprio jardim no Ninho do Urubu.
Retirado de: Globo Esporte
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Com certeza tão certo tem muitos jogadores bons na base