O relatório da Comissão Especial de Esportes Olímpicos e de Alto Rendimento da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) recomendará que a concessão do Maracanã para Flamengo e Fluminense não seja renovada. O presidente da comissão, deputado Rodrigo Amorim, recebeu o texto do relator, Alexandre Knoploch, na manhã desta terça-feira, dia em que o Maracanã completa 70 anos.
Knoploch, que trata como responsável pela gestão o “consórcio atual” formado por Flamengo e Fluminense, diz que “são evidentes os indícios de transgressão e sonegação fiscal”. Os deputados chegaram a fazer vistorias no estádio antes da suspensão das atividades por conta da pandemia. O relatório deve ser votado até o fim do mês pela comissão e, uma vez aprovado, será encaminhado ao governo estadual e Ministério Público.
— A recomendação é de não renovar, já que são evidentes os indícios de transgressão e sonegação fiscal, e ainda falta de investimentos na infraestrutura. Neste dia tão emblemático do aniversário deste símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil precisamos atuar com muita responsabilidade. O Maracanã é nosso, nosso patrimônio – disse Knoploch.
O relator reconheceu que “consórcio atual” teve um papel relevante, mas ressaltou que há problemas:
— O consórcio atual teve um papel importante para a reabertura do estádio. Mas deixa a desejar e muito em vários aspectos, como as sonegações fiscais, a péssima prestação de serviços – cadeiras quebradas e estruturas – e para finalizar o preço abusivo dos ingressos criando uma casta de pessoas que têm direito a ver os jogos.
Amorim explicou que o relatório agora será encaminhado para os outros deputados da comissão. Segundo o deputado, a tendência é de que a votação ocorra até o fim deste mês.
— É preciso atuar de forma rápida e assertiva para que o estádio tenha logo uma gestão proativa e transparente.
A reportagem tentou contato com Flamengo e Fluminense, que fazem a gestão do Maracanã, mas até o momento da publicação não houve retorno.
Retirado de: Globo Esporte