Ao rescindir o contrato do Campeonato Carioca, a Rede Globo permitiu e criou condições legais para que houvessem alterações no calendário do futebol brasileiro, principalmente na redução dos Campeonatos Estaduais a partir de 2022. Explica-se: o acordo do Rio de Janeiro era o mais longo com duração até 2024. Mas ressalte-se que quem decide sobre a duração dos Estaduais é a CBF que tem como principais aliadas as federações.
O acordo do Carioca previa um mínimo de 17 datas para que fosse mantido o valor de R$ 95 milhões (montante sem o Flamengo). Caso houvesse uma redução, o total seria diminuído proporcionalmente. Isso era uma trava para queda na duração na competição.
Há cláusula similar de redução de valor em outros contratos de Estaduais. Mas o Paulista só tem um acordo de direitos de transmissão com a Globo até 2021. Para a duração futura da competição, haverá influência da fórmula que sairá da negociação entre a Federação Paulista de Futebol e clubes com a Globo ou outra emissora.
Já o Campeonato Gaúcho também tem um acordo com a Globo até 2021. O Mineiro vai até 2023, mas tem sido o campeonato com mais flexibilidade para redução de datas, tanto que usa só 15.
Internamente, a Globo tem entendido que a maior parte dos Estaduais não vale o que vinha sendo pago por eles. Tanto que já houve discussão sobre a rescisão de alguns contratos no meio do ano passado, apenas os que eram possível romper. No caso do Carioca, a emissora também já achava que o produto não valia o que era pago e esses foi um dos motivos da rescisão.
O Brasileiro é um campeonato que gera maiores receitas para emissora, assim como para os clubes. Isso porque há maior número de assinantes no pay-per-view, número que cai durante os Estaduais. Por isso, um aumento do Nacional teria impacto financeiro positivo.
A questão é que, além do aspecto financeiro, há a política. A CBF reduziu os Estaduais de 19 para 17 datas neste ano e já teve questionamentos de São Paulo e Rio. Uma nova diminuição deve gerar resistência. Ao mesmo tempo, se não tiverem contratos de TV, as competições não se sustentam.
Retirado de: Blog do Rodrigo Mattos