Para Rafinha, convidado do Resenha ESPN desta sexta-feira, o Flamengo não precisa apostar em um novo técnico estrangeiro depois da saída de Jorge Jesus. Na avaliação do lateral-direito, o clube rubro-negro também falhou ao não se preparar para a possível do treinador. O programa vai ao ar às 22h (horário de Brasília), na ESPN Brasil.
“Nós temos que ser realistas: nessa parte o Flamengo falhou. Ninguém imaginava que ia acontecer isso, ninguém pensava que ele ia sair, ainda mais tendo renovado um mês antes. Então nessa parte até o próprio clube já se pronunciou dizendo que falharam”, disse.
“Não ter uma segunda opção caso ele rescindisse ou voltasse para o país dele, o Flamengo não se preparou para isso”, seguiu, antes de reconhecer a situação difícil para a diretoria diante da decisão de Jesus retornar a Portugal para assumir mais uma vez o Benfica.
“Não dá pra culpar a diretoria, o Flamengo se preparou para renovar com ele, aí ele chegou e disse que tinha outro projeto, tinha família dele lá e pronto”, afirmou.
No programa, Rafinha também avaliou o desafio do próximo treinador, que assume um Flamengo campeão do Campeonato Brasileiro, da Copa Libertadores e agora do Carioca.
“Agora é o seguinte: esse é o problema. É complicado pegar um time na situação que a gente está porque tudo que acontecer agora vai ficar na sombra do cara. O Jorge Jesus teve mais título que derrota, o trabalho dele foi f…, foi demais. Agora sendo realista, nenhum técnico que vier para o Flamengo vai querer manter a linha dele”, avaliou.
“Imagina se você pegar um treinador e ele vai falar pra gente continuar fazendo o que a gente estava fazendo, isso não acontece no futebol. Cada treinador tem seu método de trabalho, seu sistema. E isso vai custar, mas é o que a gente sempre fala: agora é outro ciclo que começa. Jorge Jesus acabou, não está mais. Então é um novo ciclo que começa. Vai começar ganhando? Vai começar perdendo? Ninguém sabe”, continuou.
O futuro treinador, aliás, para Rafinha, não precisa ser um estrangeiro, como prioriza a direção. “Eu já falei isso uma vez: eu não sei de onde tiraram que precisa contratar treinador estrangeiro, não sei de ontem tiraram isso. Não sei quem falou isso. E também não cabe a mim falar sobre isso porque sou atleta e passa do meu limite ficar falando disso.”
“Mas, poxa, no Brasil existem tantos treinadores bons, né? Sendo realista, os que tem muita qualidade estão tudo empregados. Não é porque o Jesus que é europeu deu certo que o próximo técnico precisa ser europeu. Não, eu acho que a diretoria tem que buscar um treinador que tenha as mesmas ideias que o clube tem, que siga a nossa linha de trabalho que daí eu acho que dá certo. Não é porque o Jesus deu certo que o treinador precisa ser gringo.”
Rafinha também falou sobre Domènec Torrent, ex-auxiliar de Pep Guardiola, que é um dos nomes que o Flamengo sonda para assumir a equipe. O lateral o conhece bem dos tempos de Bayern de Munique.
“O Dome, eu falo até assim porque eu tenho uma intimidade legal com ele. Foram três anos que trabalhamos juntos no Bayern, depois ele foi para o City com o Pep. É aquela história, ele é da escola do (Johan) Cruyff, né? É um cara que sabe tudo mais um pouco de bola. No Bayern, os treinamentos quem dava era ele, o Guardiola ficava só corrigindo e tal.”
“É um cara que dispensa comentários, eu conheço bem e posso falar com propriedade porque é um cara com quem eu trabalhei. Não só eu, né? Ele fez muita gente no Bayern crescer muito. E agora ele está de primeiro treinador, aí não tivemos mais contato. Mas o tempo que trabalhamos juntos dispensa comentários”, elogiou.
Se engana quem pensa que Rafinha parou por aí no Resenha. A participação do lateral do Flamengo teve companhia de Alex, André Plihal, Djalminha e Fábio Luciano. Não perca! O programa vai ao ar nesta sexta-feira, às 22h (de Brasília), na ESPN Brasil.
Retirado de: ESPN