No roteiro de encontros do Flamengo na Europa, o técnico português Carlos Carvalhal, que levou o Rio Ave à Liga Europa no último fim de semana, se reúne com os dirigentes brasileiros nesta segunda-feira, e na pauta deve apresentar seus projetos pessoais.
Como deixou claro na coletiva após o último jogo pelo campeonato português, o futuro é incerto, já que existe o interesse do Flamengo, mas também de clubes da Inglaterra e de Portugal.
Segundo André Veloso, que faz a cobertura do Rio Ave no diário “O Jogo”, Carvalhal deve optar pela Inglaterra.
— Penso que Carlos Carvalhal estaria com mais vontade de voltar apara a Inglaterra. Ele é um fã do futebol inglês, treinou dois clubes por lá. Ele quer muito voltar. Mas é o Flamengo, com toda repercussão que isso tem, apesar da herança pesada que o Jesus deixou – opina o jornalista.
Como Jesus optou por voltar a Portugal para comandar o Benfica e ficar mais perto da família e dos amigos, as questões pessoais também serão levadas em conta pelo treinador que avaliar a ida para o Brasil.
Recentemente, Carvalhal passou por um episódio de violência na porta de sua casa, em Braga. Foi assaltado por dois homens, e agredido. Para André Veloso, um trauma que pode influenciar na vinda para o Rio de Janeiro.
— Sobre ir para o Rio de Janeiro, coloco algumas reservas. Ele há pouco sofreu um assalto na porta de casa, ficou muito assustado, e não sei se não pensará nisso. Acredito que ele irá escolher a Inglaterra, pois tem convites de lá – repetiu.
Cotado como sucessor de Jesus por ter ideias táticas semelhantes, Carvalhal é de uma personalidade oposta a do Mister, que chegou ao Brasil e atraiu todos os holofotes para si, com declarações polêmicas e uma atuação performática na beira do campo.
O candidato Carvalhal é mais na dele, não gosta de muita exposição na mídia, nem costuma atender ligações dos jornalistas.
— Jesus vive muito bem no meio do caos, no meio da pressão midiática, sempre quer ser o centro das atenções. Enquanto Carvalhal tem aversão a esse midiatismo, e aos jornalistas – completa Veloso, acrescentando.
— Carvalhal não tem nada a ver com o Jesus. Em campo, Jesus é frenético, Carvalhal é ponderado. O comportamento é de estar habituado a um futebol de cavalheiros. Menos futebol raiz. Que ainda existe no Brasil. Não é muito para ele.
As semelhanças aparecem nas soluções adotadas para suas equipes. Mesmo que haja uma diferença fundamental nos trabalhos dos dois treinadores. Jesus permanece fiel a uma forma de jogar, e Carvalhal se adapta aos adversários com mais frequência. O que na opinião dos portugueses não o coloca nem perto de Jesus em termos de tamanho.
— Penso que Carvalhal ainda está a bastante distância do Jesus, mas no plano tático e técnico não vejo grandes diferenças. Não acho que Jesus seja a última Coca-Cola. Seria mais na motivação e na forma de mexer com o grupo, mas para isso precisa de um elenco, e no Flamengo ele tinha – finalizou André Veloso.
Retirado de: Extra