Mais do que um clássico ela quinta rodada do Brasileiro, o duelo entre Flamengo e Botafogo ontem, no Maracanã, mostrou ideias em desenvolvimento. O empate em 1 a 1 não foi bom para ninguém, mas as duas equipes estiveram dispostas a jogar dentro de suas ideias e características — e sem vergonha nenhuma de assumir isso.
No Flamengo, Domènec Torrent soube explorar a individualidade de seus atletas. Ao optar por Pedro Rocha como titular, montou um esquema que favorecesse o atacante e o meia Everton Ribeiro no mano a mano contra a defesa alvinegra. Deu certo por um bom tempo, tanto que Gatito Fernández salvou uma linda cabeçada de Bruno Henrique em jogada originada desta forma. A escolha por poupar Arrascaeta, porém, se mostrou um erro.
Já o Botafogo é uma metamorfose ambulante. Após um início ruim contra Bragantino e Fortaleza, vem de boas atuações contra o ex-líder Atlético-MG e o atual campeão Flamengo. É claro, segue correndo riscos, mas é possível entender o que Paulo Autuori quer da equipe.
Reativo, escolheu os contra-ataques e assustou diversas vezes nas boas descidas de Luis Henrique, que chegou a perder um gol inacreditável no primeiro tempo.
Ambos ainda precisam melhorar na parte física, que trouxe uma nítida queda de intensidade na segunda etapa e deixou o jogo truncado.
Emoções vieram quando o VAR apareceu para mudar o rumo da partida em duas oportunidades. Na primeira, avaliou uma possível expulsão de Matheuzinho após forte entrada em Caio Alexandre. O amarelo bastou.
Pouco depois, Gabigol balançou as redes após cruzamento de Filipe Luís, mas o gol foi anulado porque Bruno Henrique tocou a bola com a mão no início do lance.
Quando mais nada parecia tirar o zero do placar, o Botafogo marcou com um belíssimo voleio de Pedro Raul. Um golaço para coroar a inteligente atuação alvinegro. Mas clássico só acaba quando o juiz apita. No último lance do jogo, o VAR assinalou pênalti para o Flamengo. Gabigol empatou.
Retirado de: O Globo