O Flamengo empatou com o Botafogo em 1 a 1 no clássico disputado durante a manhã de ontem no Maracanã e o técnico espanhol Domènec Torrent chegou a apenas cinco pontos nos 15 disputados no Brasileirão no comando do clube rubro-negro, motivo pelo qual parte dos torcedores criticaram o ex-auxiliar de Pep Guardiola, contratado para o lugar de Jorge Jesus, campeão brasileiro e da Libertadores em 2019.
No podcast Posse de Bola #50, o jornalista Mauro Cezar Pereira afirma que há uma injustiça na comparação do auge do time de Jorge Jesus com o trabalho apenas iniciado de Torrent, que terá pela primeira vez uma semana cheia para treinar, após a sequência de cinco jogos logo em sua chegada. O colunista do UOL afirma que é preciso entender que o time multicampeão com Jesus acabou e está em construção uma nova equipe.
“O time acabou, aquele time não tem mais, o Flamengo vai ter que refazer o seu time e isso vai demandar tempo. Eu acho muito cruel a comparação que é feita por parte da imprensa e a maioria da torcida, pelo que sinto, que a comparação é assim, é o início do trabalho de um, o técnico atual, com os melhores momentos do trabalho do outro, então você está comparando algo pronto, concluído, maduro, um trabalho já consolidado, que acabou, do Jorge Jesus, com o trabalho que está começando, aí é complicado, é óbvio que não vai estar nesse estágio”, afirma Mauro Cezar.
O jornalista analisa ainda as opções que o Flamengo teria no caso de não contratar o catalão e questiona se outro trabalho estaria em estágio melhor com algum brasileiro no comando do clube dentre os que estavam disponíveis no momento em que Jorge Jesus decidiu retornar a Portugal.
“A pergunta que acho que ninguém está se fazendo que é a seguinte: o português foi embora, não tem jeito, qual o técnico brasileiro que poderia com toda a certeza, se contratado, manteria o time jogando daquela maneira? Quem é esse cara? Existe? Eu desconheço, acho que não tem. Qual técnico estrangeiro que poderia fazer isso? E que estaria disposto a trabalhar no Brasil, que é um outro problema”, afirma Mauro.
“Domènec era o técnico disponível, disposto a vir e com um bom currículo, um cara que trabalhou muito tempo com o Guardiola dando treinamentos, trabalhando no dia a dia. Ele vai ter que colocar o time para jogar à forma dele e isso vai levar um tempo, isso vai demorar”, completa.
Com todas as circunstâncias, o jornalista acredita que é preciso ter paciência para ver o resultado do trabalho do novo técnico no Flamengo antes de tirar conclusões, além de destacar pontos positivos na atuação no jogo diante do Botafogo, além da questão física dos atletas desde a saída da antiga comissão técnica.
“Ontem ele teve acertos e erros, o time com 30 minutos morreu, eu concordo com a avaliação dele quando diz que foi o melhor momento sob o comando dele, para mim foi, aquela meia hora inicial, o time jogou bem, concedeu ao Botafogo uma grande oportunidade, mas esse é o risco que vai correr. Aquela transição defensiva, o time se recompondo muito lentamente, que permitiu a jogada que o Luiz Henrique chutou por cima sem goleiro, é reflexo também na lentidão nessa recuperação porque também o time não está tão bem fisicamente. Agora, isso vai levar um tempo, não vai ser instantâneo”, afirma Mauro.
“É uma ilusão achar que traz outro técnico e tudo vai correr bem. Ou tem paciência e espera para ver o que ele pode fazer, se ele demonstrar depois de algum tempo que ele é incapaz, aí não tem jeito, manda embora e contrata outro, como qualquer treinador, brasileiro, estrangeiro ou marciano, não interessa. Agora, não houve tempo para isso ainda. Ele agora vai ter uma primeira semana livre de treinamentos, porque o time só joga domingo contra o Santos, e aí nesse jogo a gente espera que alguma coisa de positivo aconteça”, conclui.
Retirado de: UOL