O ex-jogador Silas trabalhou como técnico de 2007 até o ano passado, quando virou comentarista na emissora ESPN. E segundo o próximo comentarista, o seu maior arrependimento na carreira de treinador foi aceitar o convite de Zico, então diretor-executivo, para comandar o Flamengo em 2010.
Em entrevista ao programa Os Canalhas, com os jornalistas João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana, Silas fala sobre o início de sua carreira no São Paulo, o aprendizado com Cilinho, suas passagens pelo futebol europeu e argentino, além da admiração por Zico e a torcida pelo Flamengo por causa do ídolo.
E foi justamente Zico quem procurou Silas para assumir o cargo de técnico do Flamengo em 2010, um ano depois de o treinador ter levado o Avaí à sexta posição do Brasileirão e acabar escolhido o segundo melhor técnico da competição. Sua passagem na Gávea durou pouco mais de um mês, com apenas uma vitória em dez partidas.
“O Zico me chamou para ir para o Flamengo. Eu ia falar não para o Zico? Eu falando com o Jorginho no telefone, o Jorginho falou para mim ‘Silas, o Zico te ligou e tal?’. Eu falei ‘Jorge, o Zico está aqui em casa, porque o Jorge também tinha chance de ir para o Flamengo’. E aí fui, mas foi uma decisão errada. É também aprender a falar não”, afirma Silas.
“O Bruno tinha acabado de ser preso, o Adriano Imperador tinha saído, o Vagner Love tinha saído, desarmou o time. Estavam devendo muita grana, trouxeram dois jogadores lá da Turquia, brasileiros, o Deivid e o outro eu esqueci o nome dele. Pagando fortuna para os caras e devendo para os outros jogadores que estavam no clube, quer dizer, eu cheguei num contexto que não tinha nada que ver comigo. Eu tinha que sair do Grêmio e ir para o Coritiba, para o Sport, para o Bahia, rodar os clubes médios e depois ir subindo devagarzinho, então foi um erro que eu cometi”, completa.
Antes da ida ao Flamengo, Silas comandava o Grêmio e conseguiu o título gaúcho, mas acabou demitido junto ao diretor de futebol Luiz Onofre Meira depois de uma derrota diante do Fluminense na qual ele foi vaiado antes mesmo da partida sem entender o motivo.
“Eu saí do Grêmio e saí com tanta bronca porque no dia da minha saída foi contra o Fluminense, eu subi, começaram a me vaiar. Eu desci e falei para o Luiz Onofre Meira ‘o que está acontecendo?’. ‘Saiu na Rádio Gaúcha que você já se despediu dos jogadores no vestiário e que você está acertado com o São Paulo’. Desse jeito, é esse lado do futebol que é cinza e que a gente sabe 25% do que acontece, porque é muita sujeira, muita coisa errada”, afirma Silas.
Na entrevista ele também dá sua opinião a respeito do trabalho de Fernando Diniz, lembra as participações pela seleção brasileira nas Copas do Mundo de 1986 e 1990, opina sobre quem foi melhor entre Careca e Romário, além de falar sobre gols e atuações pela Sampdoria, pelo Sporting e pelo San Lorenzo, na Argentina, onde virou ídolo após supremacia contra o Boca Juniors.
Retirado de: UOL