A Conmebol (Confederação Sul-Americana) definiu que a conclusão da fase de grupos da Libertadores será jogada com portões fechados, independentemente de haver relaxamento de restrições em algum dos dez países do continente nos próximos dois meses. A última rodada desta etapa ocorrerá dia 23 de outubro, se nada de anormal acontecer — o torneio está paralisado desde março por causa da pandemia do coronavírus e tem retorno marcado para 15 de setembro.
Como o blog mostrou, há articulação dos clubes brasileiros para que seja permitido o acesso de torcedores a jogos no Brasil, com limite de 30% a 50% da capacidade dos estádios. Isso é uma decisão de órgãos governamentais, mas já há lobby, inclusive na esfera federal, para liberação a partir de novembro.
Se houver esse ok, ele teoricamente valeria para todas as competições disputadas em solo brasileiro, inclusive Libertadores e Sul-Americana. Com um adendo: se a Conmebol permitir. Se a entidade decidir que toda sua competição será disputada com portões fechados, não há o que o clube fazer mesmo se houver liberação governamental para o evento receber torcedores.
Em recentes reuniões com a cartolagem, a Conmebol recebeu feedback principalmente de argentinos e uruguaios de que não há qualquer previsão da presença de público em partidas de futebol nesses países. Argentina e Uruguai, por sinal, foram os dois últimos a aprovar o protocolo de retorno das competições da Conmebol e pediram alguns ajustes no texto. A preocupação da Conmebol é a mesma da CBF: se alguns jogos tiverem portões abertos, e outros não, poderá haver desequilíbrio técnico na competição, o que fatalmente geraria reclamações diversas.
A partir das oitavas de final, a Conmebol reavaliará os protocolos com base na condição sanitária de cada país com relação à Covid-19. Coincidirá com o período que os clubes brasileiros esperam poder reabrir seus estádios, no início de novembro, quando começará o segundo turno do Brasileirão.
Quem acompanhou reuniões recentes, porém, acha muito difícil qualquer jogo da Libertadores com público até a decisão, no fim de janeiro. A final única, marcada para o Maracanã, poderá ser a exceção caso, claro, as autoridades do Brasil e do Rio já tenham permitido o acesso de torcedores.
Retirado de: Marcel Rizzo/UOL